O atletismo juvenil

No âmbito da nova plataforma de divulgação da Federação Portuguesa de Atletismo, a área do Atletismo Juvenil, que na mesma dispõe de um espaço específico, pretende utilizar este mesmo espaço para a divulgação de um variado número de atividades, iniciativas e projetos que fazem parte desta fundamental área de suporte e desenvolvimento do atletismo português.

Adiante se identificam essas mesmas iniciativas e projetos, devendo, no entanto, iniciarmos pela realização de uma breve resenha histórica, e por uma introdução que percorra diversos aspetos e destaque um conjunto de tópicos fundamentais para se perceber melhor a dinâmica que se desenvolve nesta área, ou pelo menos, para se ficar a conhecer melhor o que é o Atletismo Juvenil.

Os escalões de praticantes jovens só aparecem, na história do Atletismo Português, com a estrutura próxima da atual, em 1966, sessenta e dois anos após a realização em Lisboa do “Primeiro Concurso de Atletismo em Pista” (1904), quarenta e cinco anos após a fundação da FPA (1921), e, quarenta e quatro anos depois da realização dos Primeiros Campeonatos Regionais em 1922.

Até aos nossos dias, este longo intervalo, não se caracterizou de imediato pela adoção de um atletismo específico para os jovens, respeitando as suas potencialidades e interesses, antes copiando o modelo de competição dos adultos.

Os passos dados nos primeiros anos foram lentos: os Juniores masculinos foram criados já com a década dos anos vinte bem avançada e o mesmo escalão feminino só apareceu cerca de quarenta anos depois, em 1966, altura em que começaram também a ser acolhidas as crianças e jovens a partir dos doze anos, estruturados nos escalões de infantis, de iniciados e de Juvenis. Só, no entanto, na década de oitenta do século passado, se fixaram os escalões que agora se praticam e se uniformizaram programas de provas e níveis etários para as crianças e jovens dos dois géneros.

Foi então lançada pela FPA e pelo Diário de Notícias (1983), uma ação dirigida a todas as crianças e jovens, quer fossem representantes de clubes, de escolas, de grupos informais, filiados ou não na estrutura federada, ou até de participantes individuais, convidando-os a praticar o atletismo e a tomar parte num quadro de participação, de penetração profunda no território nacional, que então foi designado por “Campanha Viva o Atletismo”. Foi a partir desta situação e na sequência da dinâmica instalada que se formou ou estruturou a maior parte das Associações de Atletismo.

Iniciando-se em 1983, a “Campanha Viva o Atletismo”, com o DN Jovem de início e depois com outras competições, evoluindo e enriquecendo-se através de uma experiência acumulada, critica e atenta, o quadro competitivo proposto pela FPA às Associações Distritais, às Escolas, aos Clubes e aos jovens em geral, tem constituído a porta de entrada de novas gerações de praticantes, que tem garantido a renovação dos valores mais representativos do Atletismo Nacional.

Procurando fazer chegar a oferta do atletismo tão longe quanto possível, o quadro competitivo, embora ainda com algumas debilidades nalgumas Associações, desenvolve-se desde o nível local, no clube e na escola, e em fases distritais e de zona, culminando na maior parte das casos em competições de carácter nacional, para proporcionar metas aliciantes aos atletas jovens mais dotados e interessados, oferecendo-lhes oportunidades de uma eventual representatividade a nível nacional e internacional.

Como fatores que motivam as crianças e jovens a praticarem atletismo, destacam-se:

  • O prazer de fazer parte de uma modalidade aliciante e desafiante;
  • A possibilidade de bater recordes, sejam eles quais forem;
  • A oportunidade de escolha para integrar a seleção distrital em competições nacionais;
  • A possibilidade de participação em competições de atletismo, do mais variado género;
  • O orgulho de representar um clube ou escola, em competições de atletismo de âmbito distrital, regional ou nacional.

As estratégias da FPA para a área do atletismo juvenil, adequam-se à concretização dos diversos objetivos do programa, com destaque para os 3 seguintes:

  • Alargar a adesão à prática do atletismo;
  • Melhorar a qualidade da oferta;
  • Proporcionar melhores condições de evolução dos praticantes, nomeadamente dos mais capazes.

Com esta finalidade incumbe à FPA e às Associações Distritais e Regionais de Atletismo, desenvolver um vasto leque de ações junto das instituições, do associativismo e das empresas públicas e privadas, de forma a captar recursos e apoios que possam garantir a promoção de atividades de prática do Atletismo e que valorizem a qualidade desportiva das populações, em especial das crianças e dos jovens.

Área de intervenção estratégica do Atletismo Juvenil

  1. Conceção, gestão e avaliação do quadro competitivo Juvenil;
  2. Interação com o Ministério da Educação / Desporto Escolar na perspetiva do desenvolvimento do atletismo escolar;
  3. Dinamização de Escolas de Atletismo e colaboração na sua implementação;
  4. Sensibilização para a realização de Torneios Jovens de Clubes;
  5. Manter atualizada e editar anualmente a Classificação Nacional de Clubes das Competições da Campanha “Viva o Atletismo”;
  6. Realizar a gestão de todas as atividades do “Clube Portugal Jovem” – Estágios Nacionais de Juvenis;
  7. Dinamizar um Programa de Talentos Desportivos;
  8. Monitorizar a carreira dos atletas Iniciados e Juvenis que mais se destaquem em cada época.
  9. Liderar os Centros de Formação & Desenvolvimento Regional;
  10. Intervir no Projeto de Animação de Pistas;
  11. Desenvolver esforços no âmbito do Projeto do Triângulo do Desenvolvimento;
  12. Acompanhar o Projeto de Atribuição de Distinção anual a treinadores de atletas juvenis;
  13. Indicar atletas e acompanhar as seleções nacionais de juvenis;
  14. Elaborar Projetos e propostas de desenvolvimento do atletismo juvenil nacional e regional;
  15. Apresentar um Projeto para a certificação de Clubes de Formação de Jovens;
  16. Apoiar clubes e treinadores de jovens, sempre que solicitado.