O Parque Urbano do Parchal, em Lagoa, prepara-se para receber, no próximo fim-de-semana, uma das mais emocionantes edições dos Campeonatos Nacionais de Corta-mato, na sua vertente mais longa, dos últimos anos.
Depois de uma época de 2025 plena de resultados de meio-fundo, com medalhas internacionais conseguidas em provas de meio-fundo curto (1500 m, 3000 m e 3000 metros obstáculos), em seniores e sub-23, a 102.ª edição dos Nacionais de Corta-mato tem, de acordo com as listas de atletas inscritos, um valioso grupo de corredores, com grandes hipóteses de alcançarem o título nacional e, em adição, tornarem mais empolgante a luta coletiva.
Na primeira linha de luta pelo título, teremos sempre de apontar o nome do vencedor do ano passado, Miguel Moreira (também o melhor português nos Europeus de corta-mato, em Antalya, em 2024), a que se juntam os vencedores das quatro edições anteriores, os benfiquistas Etson Barros (campeão na época 2023/2024, que foi sétimo classificado na última edição) e Samuel Barata (campeão nas épocas 2021/2022 e 2022/2023), e o sportinguista Rui Pinto (campeão na época 2020/2021, embora tenha triunfado ainda em 2015 e 2017).
Contudo, agora há outros protagonistas que podem também fazer história, como o agora individual José Carlos Pinto (que em 2024 fez parte da equipa do Benfica que venceu a estafeta mista), que recentemente bateu o recorde nacional de 10 km e m estrada (27m53s), e os sportinguistas Ruben Amaral (4º em 2024) e Nuno Pereira (5º em 2024).
Estes protagonistas serão fundamentais na luta pelos títulos coletivos, com o Sport Lisboa e Benfica a lutar pela conquista do penta (campeão nacional coletivo nas últimas quatro edições). Mantendo ainda na formação o atleta Alexandre Figueiredo (oitavo em 2024), a equipa conta com o triatleta Vasco Vilaça (que recentemente conquistou a medalha de bronze nos Mundiais da modalidade), e tem inscritos três estrangeiros (embora só possa pontuar um na prova principal e aponta um para a estafeta mista): os quenianos Vincent Kipkorir (tem como melhor nos 10 km em estrada a marca de 27m08s, obtido em abril, e tem 27m26s em Brasov, onde foi quinto classificado), e Victor Kimosop (segundo no Cross de Cardiff, há duas semanas), e o etíope Berihu Aregawi, 12º nos Mundiais de Tóquiom, nos 10000 metros (vencedor do Cross de Elgoybar, em janeiro passado).
Para tentar contrariar o ascendente benfiquista, o Sporting Clube de Portugal conta, para além dos atletas já citados, com Duarte Gomes (terceiro na época 2023/2024) e os quenianos Hosea Kiplangat (segundo nos nacionais portugueses no ano passado) e Charles Rotich (segundo classificado nos 10 km de Belgrado, com 28m06s). Isto, sem contarmos com alguns jovens que espreitam “subida” ao top 10 nacional, como João Pedro Santos, Duarte Santos e Leandro Monteiro (entre outros).
Como outsiders, mas que podem influenciar as contas coletivas (pontuam os quatro primeiros de cada equipa, vencendo a formação com menor número de pontos), teremos o Sporting Clube de Braga (terceiro classificado nas últimas quatro edições), que mantém os seus atletas João P. Pereira (6º no ano passado) e Miguel Marques (11º), que se reforçou com os ex-benfiquistas João Amaro (10º no ano passado) e Pedro Amaro, contando com o queniano Edwin Bett, sétimo nos “trials” do Quénia para os Mundiais de corta-mato (sétimo no crosse de Sória, no passado fim-de-semana).
Uma surpresa poderá chegar da equipa do Grupo Desportivo e Recreativo do Santa Tecla (de Braga), que se reforçou com os atletas André Pereira (terceiro no ano passado), Miguel Borges (9º) e Samuel Freire (13º), para além do norueguês Narve Nordas, medalha de bronze nos mundiais de 2023 (1500 metros), segundo nos 10 km de Hole (29.25), que faz parte do grupo de treino do português José Carlos Pinto.
Outros escalões masculinos
Nos restantes escalões também há alguns nomes a ter em conta. Nos sub-23 (que não têm classificação coletiva), avultam os nomes dos sportinguistas Duarte Santos (2.º em 2024) e Leandro Monteiro (3º), e ainda de Lourenço Rodrigues, do Juventude Ilha Verde (medalha de bronze nos 3000 metros obstáculos dos Europeus Sub-23) e de Ruben Pires, do São Salvador do Campo (4º classificado em 2024).
Nos sub-20, voltam a participar os três primeiros classificados do ano passado, Manuel Dos Santos, agora no Sporting Clube de Braga, Pedro Rodrigues e Tiago Jorge, ambos do Juventude Vidigalense. Em termos coletivos, o Sporting Clube de Portugal volta a ser favorito (venceu as últimas cinco edições da competição).

Quanto aos sub-18, o bracarense Afonso Gomes, vice-campeão no ano passado, é um nome a ter em conta, bem como Igor Gomes (Guilhovai) e Bernardo Pancas (ARC – EA Coimbra). O Sporting Clube de Portugal venceu as duas últimas edições e volta a ser favorito.
Estes nacionais integram, pela primeira vez, uma competição para atletas do escalão sub-16.
Onde ver e acompanhar os Campeonatos Nacionais de Corta-mato
102.ª edição dos Campeonatos Nacionais de Corta-mato realiza-se em duas jornadas. No sábado, dia 22 de novembro, realizam-se as provas para atletas veteranos, no domingo, dia 23 de novembro, os restantes escalões (sub-16 a seniores).
As principais informações (regulamento e histórico) estão na página da competição.
Para consulta das inscrições e, posteriormente, acompanhar os resultados em direto, deixamos AQUI a ligação para o portal de competições.
Para quem não conseguir deslocar-se a Lagoa para assistir ao vivo, deixamos aqui a informação de que as provas (no dia 23 de novembro) serão transmitidas na RTP2, entre as 11h40 e as 13h25, e na RTP Play, entre as 8h55 e as 14h20.
Foto (arquivo) Marcelino Almeida / FPA