Nelson Évora e Pedro Pichardo enfrentam amanhã a qualificação para a final
Pela primeira vez na longa história de participação em campeonatos mundiais, Portugal tem dois atletas presentes no triplo-salto: Nelson Évora e Pedro Pichardo. A qualificação do triplo-salto será no primeiro dia de provas, a partir das 19.25 horas (17.25 em Portugal), com Pichardo integrado no grupo A (onde também estará Will Claye) e Évora no grupo B (com Christian Taylor).
O campeão mundial de 2007 e campeão olímpico de 2008, Nelson Évora chega a Doha com aspirações em lutar pelos melhores lugares. Sabendo que a qualificação é sempre um momento especial, o campeão europeu de 2018 não se esconde: «fizemos o trabalho necessário para competir nestes mundiais. Fizemos as experiências que tivemos de fazer, assinalámos os problemas que estávamos a enfrentar, fomos corrigindo os aspetos técnicos e entendemos que fizemos o necessário».
Com a convicção de que a temperatura não atrapalha, «sempre se saltou muito aqui em Doha, nos meetings da Liga Diamante», Nelson Évora refere que a sua intenção é colocar o melhor de si em cada salto. «Não estou cá para outra coisa que não seja competir e competir, para mim, significa lutar pelo melhor lugar. Enfrentamos a qualificação e depois na final é lutar pelas medalhas, com a certeza de que estamos a desfrutar de estarmos numa competição de nível muito alto. Espero, como sempre, que o triplo-salto possa ser um dos pontos altos destes campeonatos», refere o atleta, que nos últimos meses, junto com Christian Taylor têm lutado pela dignificação da disciplina junto da IAAF e da organização da Diamond League, que pretendem retirar a disciplina dos seus programas.
Pedro Pichardo honrado com a camisola
Pedro Pichardo vestirá a camisola portuguesa pela primeira vez nos Campeonatos Mundiais onde conseguiu duas medalhas de bronze (2013 e 2015) e isso deixa-o «muito honrado, porque foi o país que escolhi e me sinto acolhido. Quando saí de Cuba, só o fiz porque queria treinar com o meu pai e poder estar com a minha família, não aceitava treinar com mais ninguém. Podia ter ido para qualquer país, até mesmo a Suécia, onde iria sofrer muito com o frio, mas o importante era estar com o meu pai. Felizmente foi Portugal, onde me sinto bem com a temperatura».
Pichardo é um dos atletas que não estranha a temperatura e humidade elevadas de Doha, «porque onde nasci e cresci, Santiago de Cuba, tem um clima semelhante. Além disso, sempre gostei de saltar aqui na Liga Diamante».
Por isso não deixa de afirmar que está aqui para lutar pelas medalhas. «Houve quem ficasse preocupado com os meus resultados mais recentes, mas isso deveu-se a ter mudado a minha corrida, pois estou mais rápido. Acontece que não me consegui adaptar bem e voltámos agora à minha corrida antiga e neste mês sem competições pudemos treinar regularmente para acertar esses pormenores», afirmou o atleta que recorda ainda o último Mundial onde esteve: «em 2015, fiz um erro grande. Na véspera da competição fui para um ginásio onde trabalhei numa máquina que não estava habituado e isso retirou-me força e não consegui o salto que pretendia. Podia até a ser a prata, não chegar ao ouro, mas não consegui saltar tão longe como estava a valar! Agora estou aqui para tentar chegar ao topo».
A final do tripo-salto será no domingo, às 21h45 locais (19.45 em Portugal).