Isaac Nader 12º na final dos 1 500 metros dos Campeonatos Mundiais de Budapeste’2023. Mariana Machado não alcançou o apuramento para a final dos 5 000 metros.
Estavam altas as expetativas de Isaac Nader. Tão altas como a sua ambição, mas ainda não foi desta que o português obteve o tão merecido prémio que almeja. Como se previa, face à qualidade dos finalistas, a corrida foi muito rápida, para que os principais favoritos não fossem surpreendidos. Como aconteceu nas rondas anteriores, Isaac Nader até estava bem colocado à entrada da última volta, mas a partir dos 1200 metros não conseguiu manter a posição, teve que sair em busca de um melhor lugar, mas já era tarde para chegar mais à frente. Nos últimos 100 metros já tinha dado tudo.
«A prova foi como eu pensava. Tentei colocar-me bem, pois o norueguês [Jakob Ingebrigtsen] costuma partir a corrida e eu consegui corresponder. Mas os metros finais foram muito difíceis», disse Nader, que ainda não encontrou «resposta para o que aconteceu. Cheguei aqui na minha melhor forma de sempre, mas faltou qualquer coisa.»
Dos Campeonatos leva a certeza de que o seu lugar «é aqui, nas finais das grandes competições», referiu o atleta que no ano passado foi um dos últimos classificados na primeira ronda dos Mundiais em Oregon. «Agora já existem situações diferentes que me capacitam mais, mas ainda tenho de trabalhar para poder estar bem em situações destas de fazer três corridas», referiu, acrescentando que «o um dos objetivos passa por bater o recorde de Portugal e também ter uma boa prestação nos Jogos Olímpicos de Paris 2024», afirma, não descartando a hipótese de competir nos mundiais de pista coberta, num ano em que também há europeus.
A temperatura mais amena do final do dia, até com um “ventinho” na pista de aquecimento, deixou a impressão da sensatez da organização em adiar para a tarde a prova feminina de 5 000 metros.
Na segunda das meias-finais, Mariana Machado “apanhou” com um comboio que não esperava, certamente, pois a holandesa Sifan Hassan, desde cedo, colocou a prova num ritmo alto, ao invés da primeira das meias-finais que foi mais lenta. Com esse forte ritmo, Mariana Machado ainda correu os primeiros dois quilómetros ao ritmo do seu recorde pessoal, mas depois foi ficando para trás, para voltar a ganhar energia no último quilómetro, mas já tarde para outro desfecho. A portuguesa foi 14ª com a marca de 15m28s47”.
No final da prova, em que tardou mais um pouco a recuperar, a bracarense, campeã mundial universitária, apresentou-se na zona mista “satisfeita com a presença nestes campeonatos do Mundo, embora esperasse alcançar aqui outra marca. O ritmo estava muito elevado, foi muito exigente para mim. Estou muito orgulhosa por estar aqui, num país de 10 milhões, estou aqui a competi, num ano em que também acabei o quinto ano do curso de medicina. Dei tudo e tentei estar na luta até ao final”, referiu a atleta, que não se coibiu de dar um recado «a quem acha que é fácil estar no alto rendimento e critica alguns dos resultados dos nossos atletas, convido-os a irem visitar-nos nos treinos. Eu estarei diariamente no Estádio Primeiro de Maio, em Braga, onde espero continuar a trabalhar, com mais intensidade, para poder estar mais forte e mais capacitada para corresponder a competições muito exigentes como são os Campeonatos Mundiais».
Amanhã, sexto dia dos Campeonatos, apenas dois portugueses estão em competição, logo ao abrir do programa. Às 7h00 teremos as duas provas (em simultâneo) dos 35 km marcha, com João Vieira e Inês Henriques, os dois portugueses com maior número de participações em Mundiais.
Foto (arquivo): Sportmedia / FPA