Diretor Técnico Nacional faz balanço dos Mundiais de Budapeste 2023.
Portugal fechou os Campeonatos Mundiais em Budapeste’2023 sem conquistar qualquer medalha, somando dois lugares de finalista, através de Auriol Dongmo, quarta no lançamento do peso, e Liliana Cá, oitava no lançamento do disco. Depois contabilizou cinco lugares de semi-finalista: Ana Cabecinha, que conseguiu marca de qualificação direta para os Jogos Olímpicos, com o nono lugar nos 20 km marcha, Tiago Pereira, que foi 11º classificado no triplo-salto, Isaac Nader, 12º classificado na final dos 1500 metros, Jessica Inchude, 16ª classificada no lançamento do peso, e a estafeta de 4×400 metros mista, que conseguiu a mesma classificação, um quarteto que contava com Omar Elkhatib, Cátia Azevedo, Ricardo dos Santos e Fatumata Diallo. Em termos de destaque temos ainda o recorde pessoal de Vitória Oliveira nos 20 km marcha e Lorene Bazolo, que ficou na primeira metade da classificação dos 100 metros femininos.
Com os seus resultados, Portugal ficou em 54º lugar, das 70 nações que pontuaram das 195 que estiveram presentes em Budapeste.
José Santos, Diretor Técnico Nacional, afirmou que «estes Campeonatos foram de grande qualidade, um dos melhores a que eu já assisti, não só pela qualidade do estádio, como pelo clima, que ajudou muito para a realização de grandes marcas. O sistema de qualificação é muito apertado, muito exigente e os nossos atletas, ao conseguirem chegar aqui, já fazem parte de um grupo restrito, de uma elite mundial. É bom que o povo português sinta que os seus compatriotas, ao fazerem estas marcas de qualificação, são dos melhores do mundo».
«Concretamente, o balanço que fazemos, entre as coisas que correrem menos bem e as que correram bem, é uma situação normal nuns campeonatos desta dimensão. Nós tivemos aqui a segunda maior deleção de sempre e é natural que nem todos estejam ao seu mais alto nível. Claro que destacamos as finalistas, Auriol Dongmo e Liliana Cá, os semi-finalistas Ana Cabecinha (que conseguiu marca de qualificação direta para os Jogos Olímpicos), Tiago Pereira, Isaac Nader, Jessica Inchude e a estafeta de 4×400 m mista, com Omar Elkhatib, Cátia Azevedo, Ricardo dos Santos e Fatumata Diallo. Nota ainda para o recorde pessoal da Vitória Oliveira», continuou.
Portugal esteve perto da medalha no lançamento do peso, no último ensaio, quando Auriol Dongmo tocou na antepara, uma questão de milímetros, que invalidou um ensaio acima dos 20 metros, que daria uma medalha, já que a portuguesa estava empatada com a chinesa Linjiao Gong, que ainda tinha uma segunda melhor marca que Auriol. «Infelizmente a Auriol não ganhou uma medalha, depois de uma grande prova e o último ensaio dava certamente para as medalhas. Perdemos assim a oportunidade de uma medalha, apesar de termos apresentado um protesto que não foi decidido a nosso favor», completou.
Respondendo a uma questão sobre a satisfação com a prestação portuguesa, José Santos afirmou que “um quarto e um oitavo lugar não nos deixa satisfeitos, como é lógico, sabe-nos a pouco, mas depois de alguns problemas que tivemos, acho que foi aceitável. E é isso que temos de ter em conta na preparação para a próxima época, com Europeus e Jogos Olímpicos”, referiu, respondendo também à questão dos problemas relatados por muitos elementos da comitiva: «não nego as falhas na organização. Depois de ter acontecido podemos debitar o que quisermos, mas ninguém adivinha que vai haver uma intempérie descomunal no aeroporto que adia, desvia e cancela centenas de voos. Por exemplo, o nosso vice-presidente, que veio um dia antes, foi apanhado nesse turbilhão, teve de aterrar em Nuremberga, apanhar um comboio para Frankfurt e teve de sofrer depois as consequências como nós e chegou ao mesmo tempo que os atletas. Quer isto dizer que, se viéssemos um dia antes, teríamos as mesmas ou mais contrariedades. A FPA fez o que podia nesta situação. É de lamentar, provavelmente nos primeiros dias prejudicaram alguns dos atletas, mas depois as coisas estabilizaram e correram de acordo com o previsto», concluiu.
BUDAPESTE’2023 | ||||||
PROVA | ATLETA | ELIM./QUAL. | MEIA-FINAL | FINAL | LUG. | AT. |
400 m | João Coelho | 6º- 45,38 | - | - | 28 | 44 |
1500 m | Isaac Nader | 5º - 3.34,36 | 5º - 3.35,31 | 12º - 3.35,41 | 12 | 58 |
Vara | Pedro Buaró | 15º - 5,35 | - | - | 26= | 34 |
Triplo | Tiago Pereira | 6º -16,77/0,0 | - | 11º - 16,26/-0,3 | 11 | 37 |
Peso | Francisco Belo | 16º - 19,24 | - | - | 27 | 37 |
Tsanko Arnaudov | 13º - 19,17 | - | - | 30 | 37 | |
Dardo | Leandro Ramos | 15º - 74,03 | - | - | 31 | 36 |
20 km m | João Vieira | - | - | 33º - 1:23.37 | 33 | 50 |
35 km m | João Vieira | dnf | dnf | 47 | ||
100 m | Lorène Bazolo | 4ª – 11,29/0,2 | - | - | 26 | 56 |
Arialis Martinez | 7ª – 11,47/0,9 | - | - | 40 | 56 | |
200 m | Lorène Bazolo | 6ª – 23,13/-0,7 | - | - | 26 | 44 |
400 m | Cátia Azevedo | 4ª – 51,93 | - | - | 32 | 48 |
800 m | Patrícia Silva | 8ª – 2.05,54 | - | - | 54 | 56 |
1500 m | Salomé Afonso | 11ª – 4.06,55 | - | - | 37 | 56 |
Marta Pen | 10ª – 4.07,74 | - | - | 42 | 56 | |
5000 m | Mariana Machado | 14ª – 15.28,97 | - | - | 29 | 39 |
400 bar. | Fatumata Diallo | 7ª – 56,03 | - | - | 26 | 41 |
Peso | Auriol Dongmo | 1ª – 19,59 | - | 4ª – 19,68 | 4 | 35 |
Jéssica Inchude | 8ª – 18,16 | - | - | 16 | 35 | |
Eliana Bandeira | 11ª – 17,79 | - | - | 21 | 35 | |
Disco | Liliana Cá | 5ª – 63,34 | - | 8ª – 63,59 | 8 | 37 |
Irina Rodrigues | 13ª – 57,08 | - | - | 26 | 37 | |
Maratona | Solange Jesus | 60ª – 2:45.08 | 60 | 77 | ||
20 km M | Ana Cabecinha | - | - | 9ª – 1:28.49 | 9 | 47 |
Vitória Oliveira | - | - | 23ª – 1.33.04 | 23 | 47 | |
35 km M | Inês Henriques | dnf | dnf | 46 | ||
4X400 M Mx | Portugal | 8º - 3.15,75 | - | - | 16 | 16 |
(Omar Elkhatib, Cátia Azevedo, Ricardo dos Santos, Fatumata Diallo) |