Na terceira jornada dos Campeonatos Europeus Sub-23, que decorreram hoje no Fana Stadium, em Bergen (Noruega), o destaque vai para as excelentes prestações dos atletas portugueses, que brilhantemente garantiram a qualificação para as respetivas finais, a disputar amanhã.
Duarte Santos (foto de capa) alcançou um lugar no top-8 da final dos 5.000 metros, estabelecendo um novo recorde pessoal. No triplo salto, Tiago Pereira assegurou o segundo lugar na fase de qualificação, destacando-se ainda por ter melhorado o seu recorde pessoal. Já nos 3.000 metros obstáculos, Lourenço Rodrigues realizou a segunda melhor marca do conjunto de séries, alcançando igualmente o seu melhor registo da época. Também Raquel Gomes garantiu presença na final do lançamento do disco, com uma prestação sólida e consistente.
Foi uma jornada marcada pelo espírito de dedicação, empenho e compromisso de todos os atletas portugueses, que deram o seu melhor em pista, demonstrando o orgulho e a responsabilidade de representar Portugal ao mais alto nível. Um dia de competição com o dever cumprido e a honra de integrar a Seleção Nacional em destaque.
Na terceira jornada o primeiro atleta português a entrar em ação durante a manhã foi Gabriel Maia, nas meias-finais dos 200 metros. Integrando a segunda série, o atleta não conseguiu efetuar a sua melhor partida, terminando na 6.ª posição, fora dos lugares de qualificação para a final, com o tempo de 21,15 segundos (vento: -0,3 m/s).
Já na zona mista, enquanto recuperava da sua quarta corrida em apenas dois dias, Gabriel partilhou: “alimentava o sonho de chegar à final, pois esse era o meu objetivo. No entanto, esta meia-final foi uma corrida bastante diferente da eliminatória. Senti que me esforcei demasiado na curva, especialmente ao tentar controlar a saída e não pisar a pista 3. Depois, na reta, percebi que já não tinha a mesma energia que senti na eliminatória.”
Concluiu ainda: “O balanço da minha prestação podia ter sido mais positivo. Se tivesse conseguido uma melhor partida, talvez o desfecho tivesse sido outro. Ainda assim, é uma honra representar Portugal nesta competição. O próximo objetivo passa por uma grande prestação nos Campeonatos de Portugal e por tentar alcançar novos recordes pessoais. Quem sabe.”
No lançamento do disco, Raquel Gomes — que detém como melhor marca pessoal 51,52 metros, alcançada no dia 1/06/25, em Vagos — integrou o Grupo A, onde realizou uma excelente prestação.
Na sua primeira tentativa, lançou 40,30 metros, e nas segunda e terceira alcançou a marca de 50,50 metros, que lhe garantiu a 6.ª posição no seu grupo. No total combinado dos dois grupos de qualificação, Raquel terminou na 9.ª posição entre as 30 atletas em competição, assegurando assim a sua presença na final, que se realizará amanhã.
No final, escutámos as palavras da atleta: “durante a qualificação senti alguma dificuldade em encontrar o apoio do pé, já desde o aquecimento. O primeiro lançamento não correu como esperava, mas mantive-me ambiciosa. No último ensaio, procurei simplesmente relaxar e deixar a mente guiar o corpo para fazer o que já sabe. E assim consegui alcançar os 50,50 metros. No geral, penso que a prova correu bem. Depois foi esperar pelos resultados do segundo grupo para saber se tinha garantido a qualificação.
Este é o meu primeiro Campeonato da Europa e ir à final era um sonho… felizmente, consegui realizá-lo.”
Nos 3.000 metros obstáculos a seleção nacional apresentou-se na 1.ª série com os atletas Leandro Monteiro (melhor marca 8m37s01’’), e Diogo Ávila (melhor marca 8m48s64’’), enquanto na 2.ª série participou o atleta Lourenço Rodrigues (melhor marca 8m56s28’’).
Leandro Monteiro iniciou a prova de forma bem posicionada nas primeiras voltas, mas, à medida que a corrida foi avançando, foi perdendo ritmo, terminando com o tempo de 8m54s55’’. No final, partilhou: “já sabia, à partida, que esta seria uma corrida muito difícil. Hoje foi particularmente duro, com muito calor, embora isso não sirva de desculpa. Procurei controlar o ritmo, que até era confortável para mim, mas não consegui responder à mudança de andamento. Dei tudo o que tinha na pista — e isso é o mais importante. Fico também com uma aprendizagem para o futuro.”
Diogo Ávila, por sua vez, geriu a corrida a partir da segunda metade do grupo, terminando com o tempo de 8m54s11’’. No final, visivelmente emocionado, afirmou: “é a minha primeira internacionalização, por isso sinto que estou a viver um sonho. Um verdadeiro sonho no auge da minha ainda curta carreira desportiva. É a primeira vez que corro num palco desta dimensão, contra os melhores atletas da Europa.”
Na segunda série, Lourenço Rodrigues realizou uma prova de grande maturidade e personalidade. Manteve-se sempre na segunda posição e, já na reta final, assumiu momentaneamente a liderança da prova. Acabou por permitir a ultrapassagem do atleta polaco, uma vez que a qualificação para a final já estava assegurada. Entre os 24 atletas em competição, Lourenço terminou na 2.ª posição com o melhor tempo da época: 8m39s50’’ — uma excelente prestação.
O atleta mostrou-se bastante satisfeito: “Estes atletas são todos de enorme qualidade. Mantive-me sempre na frente do grupo. Sabendo da valia dos adversários, sabia que não podia arriscar seguir atrás. A corrida correu muito bem e agora estou cheio de vontade para a final, amanhã.”
No triplo salto, Tiago Pereira manifestou grande entusiasmo por ter garantido a qualificação para a final, alcançando a excelente marca de 16,05 metros — novo recorde pessoal. Entre os 12 atletas que disputarão a final amanhã, Tiago classificou-se na 3.ª posição. Em declarações, destacou que a melhoria no último ensaio deveu-se a uma entrada com maior velocidade, o que fez toda a diferença no resultado final.
No final da prova, o atleta partilhou a sua satisfação: “estou bastante feliz. Consegui alcançar um novo recorde pessoal e, de facto, a diferença esteve na maior velocidade com que entrei no terceiro ensaio.
Quanto a amanhã? Tudo pode acontecer. Agora, é tempo de recuperar e preparar-me da melhor forma.”
Na final do lançamento do dardo, João Fernandes marcou presença entre os finalistas, alcançando a distância de 69,44 metros. Apesar do esforço demonstrado, o resultado ficou aquém da sua melhor marca pessoal, fixada nos 74,43 metros. Recorde-se que, até ao momento, a sua melhor marca da época era de 72,21 metros.
Na zona mista, João Fernandes partilhou a sua reflexão em relação à prova. “Tenho consciência de que estou em condições de lançar bastante mais, mas, infelizmente, não estou a conseguir que tudo se alinhe. A técnica sai-me bem durante os treinos, mas em competição tenho sentido algumas dificuldades em conseguir transpor isso para o resultado. Fisicamente, sinto-me muito bem e acreditava verdadeiramente que este ano poderia bater o meu recorde pessoal — tanto eu como o meu treinador temos essa convicção.” Acrescentou ainda, que “o principal objetivo era garantir um lugar entre os oito primeiros, para poder efetuar os últimos três lançamentos. A partir daí, seria tentar lançar o mais longe possível. Num futuro próximo, prevejo ainda participar em mais duas ou três competições. Seguir em frente.”
Na final dos 1.500 metros, João Pedro Santos posicionou-se na zona intermédia do pelotão, gerindo de forma estratégica o esforço ao longo de uma corrida marcada por um ritmo bastante elevado na parte final.
O atleta cruzou a linha de meta na 9.ª posição, com o tempo de 3m48s45, deixando tudo na pista e demonstrando grande determinação. Recorde-se que a sua melhor marca pessoal nesta distância é de 3m39s47.
No final da prova, o atleta partilhou a sua análise: “foi uma final bastante atribulada, com muitos empurrões e tropeções. Procurei colocar em prática o que tinha referido após a meia-final — posicionar-me melhor desde o início. No entanto, à entrada da última volta, o grupo compactou-se e, como referi, houve muitos contactos físicos, cotoveladas e empurrões, o que me fez perder a posição que tinha conquistado até então.
Sinto que poderia ter feito um pouco melhor, mas, ainda assim, estou satisfeito com o resultado. Foi a minha primeira final em campeonatos europeus, o que, por si só, já é motivo de orgulho.”
Na final dos 5.000 metros, Duarte Santos — cujo melhor registo pessoal até então era de 13m50s84, alcançado a 17.06.25, em Braga — realizou uma prova de grande maturidade e inteligência tática. Ao longo da corrida, manteve-se na segunda metade do pelotão, composto por 24 atletas. No entanto, a duas voltas do final, conseguiu aproximar-se do grupo da frente, demonstrando uma excelente capacidade de gestão de esforço. Terminou na 8.ª posição, com o tempo de 13m48s28, estabelecendo assim um novo recorde pessoal. Uma prestação de elevado nível, que revela o talento e a determinação do jovem atleta português.
No final da prova, o atleta partilhou as suas impressões: “é sempre uma honra representar Portugal. Consegui alcançar o oitavo lugar, pelo que saio daqui satisfeito, mas naturalmente com ambição de ir mais além. Devemos continuar a sonhar e a crescer. Terminei ao sprint na luta pelo sexto e sétimo lugares, o que me deixa feliz e motivado para continuar a trabalhar com vista a melhorar na próxima temporada”.
Programa de participação da Seleção Nacional – Amanhã (horário de Portugal continental):
- 10h10 – 10.000 Marcha | Tiago Ramos e Tiago Sucena
- 10h30 – Triplo salto | Tiago Pereira
- 11h15 – Estafeta feminina 4×100 metros (Final agendada para as 16h25, caso apurada)
- 12h05 – 3.000 metros obstáculos | Lourenço Rodrigues
- 16h15 – Lançamento do disco | Raquel Gomes
Mais uma jornada de grandes emoções e oportunidades para os nossos atletas continuarem a representar Portugal ao mais alto nível.
Fotos FPA / Sportmedia