Os campeonatos nacionais de Corta-mato estrearam-se em 1911 e vão agora conhecer a 97ª edição em masculinos e a 50ª em femininos (a estreia foi em 1967). A edição de 2021 realiza-se este domingo em Vale de Cambra.
Este concelho do distrito de Aveiro tornar-se-á o 43º a receber a competição, que apenas se realizou em território continental, tendo assim abrangido 15 por cento do território, tendo chegado a 17 dos 18 distritos de Portugal (apenas o distrito de Beja não recebeu a prova).
Ao longo dos anos, Lisboa recebeu esta organização 37 vezes, mas 27 foram até 1967, altura em que se iniciou a competição feminina (com masculinos e femininos a correrem no mesmo dia e local, em Lisboa).
Depois disso, a prova decorreu em conjunto (masculinos e femininos) ou em locais separados até 1994, altura em que, definitivamente, se optou pela realização conjunta das provas. O Jamor (Oeiras) já recebeu a competição 11 vezes (10 até 1967) e o Porto conheceu sete edições (3 delas até 1967).
No que concerne à competição masculina, já se conheceram 39 campeões, com Carlos Lopes a “liderar” a lista dos mais campeões com 10 triunfos. É também dele o triunfo com maior vantagem (1’12”) sobre o segundo classificado, Fernando Mamede (1976). Só não é o de atleta mais antigo a ser campeão nacional (o seu último título foi conseguido com 37 anos), porque Eduardo Henriques (2008) e Domingos Castro (2007) foram campeões com 39 anos, e Nelson Cruz (2014) foi vencedor com 38 anos.
Em termos de mais novos a serem campeões nacionais, o líder é Anacleto Pinto, campeão com 18 anos (no “meio” de quatro triunfos como júnior!) em 1977, seguido de Francisco Lázaro (20 anos), em 1911, Manuel Oliveira (21) em 1962, e Rui Pinto (22) em 2015.
Os títulos com menor diferença entre o primeiro e o segundo têm como protagonista o “leão” Dionísio Castro com o mesmo tempo de Fernando Mamede (1987) e Domingos Castro (1990), enquanto em 1997 Paulo Guerra impôs-se por um segundo a Eduardo Henriques.
Já agora, o único atleta a obter títulos em todos os escalões etário é um dos favoritos deste ano, Rui Pinto, que foi campeão sub18 (pelo Várzea) em 2009, campeão sub20 em 2010 (Várzea) e 2011 (Benfica), campeão sub-23 em 2013 e 2014 (pelo Benfica), e campeão absoluto em 2015, 2017 (ambos pelo Benfica) e 2021 (4Run), tendo ainda conseguido dois títulos nacionais em cross curto (2018 e 2019, pelo Benfica).
No que respeita à competição feminina, apenas se registaram triunfos de 17 atletas, com Rosa Mota à cabeça das mais campeãs (8 triunfos), à frente de Dulce Félix (7) e Fernanda Ribeiro (5). Delas, a mais velha a ser campeã é Dulce Félix (36 anos, em 2019), seguida de Jessica Augusto com 35 anos (em 2017) e Fernanda Ribeiro com 33 (em 2003).
As mais novas de sempre a sagraram-se campeãs foram Rosa Mota (16 anos em 1975), Filomena Vieira (18 anos em 1973) e Aurosa Cunha (19 anos em 1979).
A maior diferença entre primeira e segunda classificadas registou-se em 2016 quando Salomé Rocha cortou a meta 47 segundos antes de Dulce Félix, enquanto Carla Sacramento regista os triunfos com menor diferença em 2003 (um escasso segundo para Anália Rosa), 2002 (dois segundos para Anália Rosa) e 2000 (quatro segundos para Helena Sampaio).
Num percurso por todos os escalões, Inês Monteiro é quem foi vitoriosa em sub18 (1997), em sub20 (1998 e 1999), sub23 (2001 e 2002) e absolutos (2009). No entanto, Fernanda Ribeiro tem o palmarés mais curioso, pois foi campeã nacional de juniores em 1982 (quando tinha 12 anos) e 1986, registado, pelo meio, em 1984, um título em sub18, e campeã absoluta em 1991, 1992, 1994 e 1995, registando ainda um título no crosse curto em 2003.
Algumas destas curiosidades podem ser acrescentadas ou igualadas por outros atletas que têm dado que falar nos anos mais recentes, como Mariana Machado (que poderá conseguir um título absoluto tal como a sua mãe, Albertina Machado).