No próximo domingo, Bruxelas recebe a 29ª edição dos Campeonatos Europeus de Corta-Mato, prova que se iniciou em 1994 em Alnwick, no Reino Unido, muito pela necessidade que os atletas do Velho Continente tinham de competir entre si, sem ser nos Mundiais.
Esta será a terceira vez que a competição aporta à Bélgica, depois de uma primeira edição em Charleroi (1996) e em Bruxelas (2008).
A edição inaugural (1994) foi excelente para Portugal, com triunfo coletivo masculino e medalha de bronze em femininos, e com triunfo individual de Paulo Guerra (Domingos Castro foi vice-campeão). Participaram então 172 atletas em representação de 23 países.
Em 1996, Charleroi recebeu a integração dos atletas sub-20 e a participação subiu para 249 atletas de 25 países, e os números foram aumentando até aos recordes de participantes (559, em 2017, Samorin, Eslováquia) e de países (40, em 2019, Lisboa, Portugal, e em 2022, em Turim, Itália).
No historial da competição, apenas 15 países contam a totalidade de participações na prova (28 edições), incluindo Portugal, que segue em quinto lugar na tabela dos países medalhados com 59 medalhas (19 de ouro, 20 de prata e 20 de bronze).
Na lista dos mais medalhados seguem os portugueses Paulo Guerra, com cinco medalhas (quatro títulos), Dulce Félix, com quatro (duas de prata e duas de bronze), Jessica Augusto com três (duas de ouro, uma como sénior, outra como júnior, e uma de prata), e Inês Monteiro, com três (uma de ouro e outra de prata como júnior e uma de bronze como sénior). O ucraniano Serhiy Lebid é o mais medalhado (12 medalhas, sendo 9 de ouro) em masculinos, e a norueguesa Karoline Bjerkeli Grovdal é a mais medalhada (9 medalhas, duas de ouro, uma de prata, quatro de bronze, e duas como júnior, de ouro e prata).
Entre os homens, o ucraniano Lebid também é o campeão de participações (19 presenças), com Paulo Guerra a somar 10 participações, tal como José Ramos (12º lugar como melhor); António Silva conta nove presenças (25º como melhor) e Rui Pedro Silva com oito (um quinto lugar como melhor).
Já nas mulheres, destaque para a irlandesa Fionnuala McCormack, atualmente com 39 anos de idade, que no domingo passado correu a maratona de Valência em 2h26m19s, e que vai para a sua 18ª presença! Iniciou-se em 2001, já venceu a competição em duas edições (2011 e 2012) e, em 2021, foi nona classificada.
A segunda atleta com maior número de presenças é a portuguesa Inês Monteiro, que soma 15 presenças. Iniciou-se em 1997 (em Oeiras, 25ª júnior), foi segunda júnior no ano seguinte e venceu nessa categoria e 1999. Conseguiu uma medalha de bronze em 2008, precisamente na edição de Bruxelas, e fechou a sua carreira em 2018. Ainda no quadro de honra e todas com 12 presenças, seguem Jessica Augusto (campeã absoluta em 2010, campeã júnior em 2000), Ana Dias (9º lugar como melhor), Salomé Rocha (7º posto como melhor) e Anália Rosa (um sétimo como melhor). Com 10 presenças está Sara Catarina Ribeiro (10º lugar como melhor), Dulce Félix tem nove (quatro medalhas, duas de prata e duas de bronze), tal como Helena Sampaio (5º lugar como melhor).
Nesta competição, em 2023, Portugal estará presente com 19 atletas, tendo presente a memória de 2008, onde obteve o título de campeão europeu coletivo em femininos. Uma nota curiosa: na corrida de sub-20, a Bélgica conta com a presença de três irmãos: dois gémeos, Casper e Mathis Lievens, de 19 anos, e o mais novo Daan Lievens, de 17 anos.
A competição poderá ser acompanhada na página oficial da European Athletics .