Decorreu hoje, no Auditório da Rádio Renascença, a 3.ª Conferência Bola Branca, que foi dedicada ao tema “Os Novos Ciclos no Desporto”. O painel contou com a participação de Domingos Castro, Presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), e de Daniel Monteiro, Presidente da Confederação do Desporto de Portugal. Durante a conferência, foram debatidos os desafios e o futuro das modalidades desportivas em Portugal, num ambiente de reflexão e partilha de ideias entre os principais agentes do setor.
Refletindo sobre seis meses de mandato ao leme da FPA, Domingos Castro afirmou: “Atualmente, vivemos um novo ciclo em que vários ex-atletas da modalidade assumem cargos de presidência em associações. A própria FPA é liderada por um ex-atleta, e a Direção a que presido é composta maioritariamente por antigos atletas olímpicos. Este facto tem contribuído para uma mudança significativa na nossa modalidade.”
O Presidente da FPA acrescentou ainda: “Temos ainda um longo caminho a percorrer e, nos últimos seis meses, reuni com cerca de 50 autarcas.” E depois, de forma descontraída, comentou que esta dinâmica e ritmo de trabalho são de tal forma exigentes que, caso não tivesse sido atleta de fundo, provavelmente não conseguiria acompanhar.
Voltando a um tom mais formal, sinónimo da seriedade com que Domingos Castro encara este trabalho que faz questão de liderar, o Presidente da FPA reiterou a importância das Câmaras Municipais para o desenvolvimento local do Desporto e, particularmente, do Atletismo: “As nossa parceiras de excelência são as Câmaras Municipais. Se não fossem as autarquias, a nossa Federação não conseguiria sobreviver. Agradeço a todas e sublinho o trabalho que tenho desenvolvido em conjunto com cada uma.”
Mas a estratégia desta Direção, como referiu Domingos Castro, não se resume à atividade do seu Presidente, e passa pela implementação por toda a equipa de medidas que vão ao encontro do três pilares estratégicos definidos: “Identidade, Responsabilidade social e Aumentar a base de praticantes. A primeira medida que tomámos foi a de garantir que todas as seleções participariam completas nas competições, algo que não acontecia há 15 anos. Em cinco meses mobilizámos cerca de 330 atletas para contexto de estágio, um número que muitos já não recordavam; além de os mesmos terem uma duração mais alargada. Os jovens começam a ver luz ao fundo do túnel, pelo que vale a pena investir na modalidade e revigorar o Atletismo nacional e o prestígio da Federação”. Domingos Castro deu ainda outros exemplos da implementação desta estratégia, referindo as inúmeras parcerias já realizadas com instituições como a Sociedade Portuguesa de Cardiologia ou o Banco Alimentar, no âmbito da Responsabilidade Social; além do trabalho em curso no âmbito da regulamentação para uma prática mais segura e sustentada da modalidade.
Além destas questões de balanço de mandato, foram ainda abordados outros temas que têm suscitado dúvidas, entre as quais a continuidade de Pedro Pablo Pichardo ao serviço da seleção nacional. Sobre este tema, Domingos Castro foi peremptório: “Temos mantido conversas frequentes com o Pedro e com o seu treinador. Ele estará presente em Tóquio, com a promessa de também participar nos campeonatos nacionais.”
Esta conferência reforçou o compromisso dos principais intervenientes no desporto português em promover o desenvolvimento sustentável e a excelência das modalidades nacionais.