Tiveram hoje início os Campeonatos Europeus Sub-23, que decorrem em Bergen, na Noruega, uma competição na qual Portugal tem estado presente desde a sua primeira edição. Nesta 15.ª edição, a delegação portuguesa é composta por 31 atletas, que irão competir em 13 provas no setor masculino e 10 no setor feminino. No final do primeiro dia, o balanço já é positivo, com dois atletas apurados para as finais (João Pedro Santos, nos 1500 metros, e João Fernandes, no lançamento do dardo) e cinco atletas passaram às meias-finais (Gabriel Maia, nos 100 metros – que não conseguiu o apuramento para a final -, Diogo Barrigana e Sofia Lavreshina, nos 400 metros barreiras, Melissa Sereno, nos 100 metros barreiras, e Francisco Marques, nos 110 metros barreiras).
Sofia Lavreshina (na foto de capa) foi a primeira atleta da comitiva a entrar em ação na prova dos 400 metros barreiras, tendo concluído a 4.ª eliminatória na 2.ª posição, com o tempo de 57,60 segundos. A melhor marca pessoal da atleta é de 56,64 segundos, alcançada em Long Beach (EUA), no dia 19.04.25.
Sofia comentou “Este ano registo a minha melhor performance de sempre. Consegui a minha segunda melhor marca pessoal e esta foi a terceira vez que consegui baixar dos 58 segundos. O meu objetivo é melhorar os primeiros 200 metros, pois sinto que os últimos 200 metros estão muito bons. Vou lutar para alcançar o meu recorde pessoal. Estou feliz.”

O atleta Diogo Barrigana percorreu a distância dos 400 metros barreiras, terminando na 2.ª posição da 6.ª eliminatória com o tempo de 50,69 segundos. A melhor marca pessoal do atleta é de 49,58 segundos, obtida em Madrid, no dia 27.06.25.
Em declarações, Diogo referiu “Foi uma prova tranquila, na qual controlei os primeiros 200 metros. Quando ultrapassei a nona barreira já seguia em 2.º lugar. Mantive o controlo até à linha de chegada, procurando garantir um bom tempo para assegurar uma boa posição na meia-final. Passar à fase seguinte era o objetivo para hoje. O objetivo é chegar à final”

Beatriz Castelhano, atleta dos 100 metros com a melhor marca pessoal de 11,59 segundos, obtida em Coimbra a 5.07.25, terminou a sua participação na competição na 5.ª posição, com o tempo de 11,79 segundos.
Ainda em fase de recuperação, Beatriz comentou “Sabia que passar à fase seguinte seria uma tarefa muito difícil, especialmente porque a marca de acesso aos Europeus não é propriamente fácil. Por isso, senti que seria complicado avançar, mas dei o meu melhor. Já alcancei o objetivo da minha época, algo em que vinha a trabalhar há bastante tempo e que finalmente consegui concretizar. Estou muito contente. Quanto à estafeta de 4×100 metros que irei participar, é uma prova que me proporciona grande adrenalina. Diria até que sou mais competitiva nesta prova coletiva do que nos 100 metros individuais. A estafeta é uma prova de equipa que adoro e encaro com muita confiança. Acredito que temos excelentes hipóteses de passar à final.»

O atleta Gabriel Maia, detentor da excelente marca de 10,16 segundos, alcançada este ano em Salamanca, terminou a prova na 4.ª posição, com o registo de 10,58 segundos, tempo que lhe permitiu a qualificação para as meias-finais.
No final da competição, Gabriel referiu “A prova correu mais ou menos. Fiquei em 4.º lugar e a partida não foi tão boa como esperava, embora não tenha pensado demasiado nisso. Espero ser repescado para a meia-final, onde tenciono melhorar a minha saída e ser ainda melhor na fase final da corrida.”

Na meia-final dos 100 metros, Gabriel Maia registou o tempo de 10,59 segundos, não conseguindo apurar-se para a final. Em declarações, o atleta afirmou «Fiquei satisfeito com esta corrida. Acredito que podia ter rendido muito melhor, contudo, o objetivo era chegar à final, o que não consegui. Agora, é olhar em frente e concentrar-me nos 200 metros de amanhã.»
Questionado sobre a sua lesão, após a excelente marca obtida em Salamanca, respondeu: «De forma resumida, desde Salamanca tenho estado um pouco limitado, embora já esteja significativamente melhor. Esforcei-me para que esta situação não prejudicasse a minha participação no Campeonato da Europa e dei o máximo para que a corrida corresse bem, mas não foi suficiente para garantir a presença na final. Neste momento, o foco está nos 200 metros; após uma boa noite de sono, vou dar tudo para alcançar o melhor resultado possível nesta prova.»

Rodrigo Alcobia, especialista no salto com vara e detentor da sua melhor marca pessoal de 5,25 metros, alcançada recentemente em Coimbra, integrou a qualificação do 1.º grupo, tendo ultrapassado à primeira tentativa a fasquia dos 5,15 metros. Quando a altura foi elevada para 5,30 metros, o atleta não conseguiu concretizar o salto, terminando assim a sua prestação na competição. Recorda-se que apenas os seis melhores atletas de cada grupo garantiam o apuramento para a final, tendo Rodrigo Alcobia ficado a um lugar desse objetivo.
Questionado sobre o balanço da sua participação, o atleta afirmou “Sinto-me bem com a prova que realizei. Fiz um aquecimento muito limpo e consegui sempre ultrapassar as alturas à primeira tentativa. Efetivamente, teria de saltar ainda mais alto para chegar à final; sabia que teria de bater o meu recorde pessoal, tentei-o em três ocasiões, mas não foi possível. De uma forma geral, estou bastante satisfeito com o meu desempenho.”

Melissa Sereno, atleta portuguesa na categoria Sub-23 dos 100 metros barreiras, cuja melhor marca pessoal é de 13,18 segundos, alcançada em Madrid no passado mês de junho, realizou uma excelente prestação ao conseguir a 2.ª posição na 1.ª eliminatória, com o tempo de 13,24 segundos, garantindo assim a qualificação direta para as meias-finais.
No final da prova, Melissa declarou “Com um vento de -1,3 m/s contra, a corrida foi bastante rápida. Não me recordo de enfrentar tanta resistência do vento, mas, mesmo assim, consegui manter-me em prova e sustentar o ritmo. A saída foi espetacular, uma das melhores que já realizei, o que me permitiu alcançar uma boa marca. Pretendo continuar a melhorar a minha performance e considero que hoje realizei uma excelente prova, apesar do vento contrário. Sinto-me forte e mais rápida.”

Por sua vez, Francisco Marques registou o terceiro melhor tempo na mesma prova, com a marca de 13,91 segundos, garantindo assim a qualificação direta para as meias-finais. O atleta possui como melhor registo pessoal o tempo de 13,68 segundos, obtido nos Campeonatos Nacionais Sub-23, realizados em Coimbra, no dia 7.07.25.
No final da prova, Francisco comentou «Esta pista é incrível e já fazia muito tempo que não competia em superfícies de tão alta qualidade. Sabia que o atleta italiano era uma referência importante para ultrapassar e, por isso, limitei-me a acompanhá-lo, sem correr riscos excessivos, consciente de que isso me garantiria a passagem à fase seguinte. Agora, o mais importante é recuperar.»

Na prova dos 110 metros barreiras, Rafael Santos foi o primeiro atleta português a entrar em competição, registando o tempo de 14,22 segundos. Apesar de não ter conseguido a qualificação para a meia-final, este desempenho constituiu um novo recorde pessoal, superando a marca anterior que havia alcançado em Ramalde, no dia 29.06.25.
No final, o atleta declarou «Estava à procura do meu recorde pessoal e correu bem; senti-me em ótima forma. Durante o aquecimento já me sentia muito bem e consegui melhorar o meu recorde pessoal, o que me deixa satisfeito. Saio daqui contente com a minha prestação.»

Infelizmente, Eduardo Neves sofreu um contratempo durante a sua prestação, ao tocar na 6.ª barreira, o que lhe causou desequilíbrio e o levou a embater na 7.ª barreira, acabando por cair e não conseguir concluir a prova. Apesar de não ter alcançado a qualificação para a meia-final, o atleta detém o seu melhor registo pessoal de 14,31 segundos, obtido em Coimbra, no dia 5.07.25.
Na zona mista, Eduardo Neves comentou «Estava em recuperação quando toquei numa barreira e, logo a seguir, numa outra barreira já não consegui recuperar o equilíbrio. Honestamente, não estou habituado a competir com atletas deste nível, mas não senti pressão nem nervosismo. Foi apenas o facto de competir com alguém a quem não estou habituado e que me leva a querer dar o meu melhor, como é natural numa competição desta dimensão.
Quis dar tudo o que podia, mas acabei por tocar numa barreira, o que me desequilibrou, e na seguinte já foi difícil manter a postura. Estava a arriscar e sentia que estava a correr bem; ultrapassei o adversário ao lado e estava preparado para alcançar uma boa marca. No entanto, não correu como esperado, mas saio daqui satisfeito, pois faz parte do processo e foi uma experiência de aprendizagem.
Sinceramente, tudo aconteceu muito rápido.»
Em representação de Portugal na prova de salto em comprimento estiveram os atletas Pedro Pires, Tiago Pereira e Simão Alexandre, que não conseguiram garantir a qualificação para a fase seguinte da competição.

Pedro Pires classificou-se no 14.º lugar, com a marca de 7,43 metros. Recorda-se que o seu melhor registo pessoal é de 7,74 metros, obtido em Salamanca, a 7.06.25. O atleta comentou:
“Em termos técnicos, sinto que faltou um maior ataque à tábua e a competitividade que habitualmente demonstro. Cheguei à Noruega com uma marca próxima dos 7,80 metros. Efetivamente, esta não tem sido a minha melhor época de sempre, mas tínhamos como objetivo chegar aqui e conseguir corrigir o que tem sido feito. Infelizmente, hoje não conseguimos, mas continuamos a esforçar-nos.”

Simão Alexandre terminou na 19.ª posição, com um salto de 7,36 metros. O seu melhor registo pessoal, de 7,55 metros, foi alcançado em Pombal, a 8.0225. No final, fez o seguinte comentário:
«Sinto-me bem. Julgo que esta prestação está alinhada com aquilo que tenho vindo a realizar. Naturalmente, desejava um pouco mais e sinto que tinha esse salto nas pernas. Por acaso, não saiu hoje, mas fico satisfeito por ter melhorado alguns aspetos nos quais tenho vindo a trabalhar. Caso não tenha acontecido hoje, acredito que essa melhoria surgirá a qualquer momento. Sinto-me em forma e confiante nas minhas capacidades.»

Por fim, Tiago Pereira classificou-se em 20.º lugar, com a marca de 7,30 metros. O seu melhor desempenho pessoal é de 7,62 metros, conseguido também em Salamanca, a 7.06.25.
Nas declarações na zona mista, o atleta afirmou «Acima de tudo, estou contente por estar presente, especialmente considerando tudo o que tem ocorrido nos últimos tempos. Nas últimas provas de salto em comprimento realizadas em Portugal, não consegui os resultados que pretendia, mas felizmente, aqui consegui mostrar o meu valor e fico muito satisfeito com a prestação que realizei. Tenho ainda mais uma oportunidade na prova de triplo salto, para a qual trabalhei durante toda a época, e estou feliz por poder competir nesta prova.»

Na prova dos 1500 metros, o atleta João Pedro Santos terminou na 7.ª posição, recuperando três lugares nos últimos 100 metros, com o tempo de 3m45s25. Apesar do empenho demonstrado, não conseguiu superar o seu recorde pessoal de 3m39s47, estabelecido em Pombal, no dia 22.02.25.
O atleta manifestou grande satisfação por ter conseguido o apuramento para a final, comentando “Senti-me bem durante a prova, embora, a nível tático, as coisas não tenham corrido da melhor forma, pois senti-me apertado. No entanto, na última volta consegui imprimir a velocidade desejada mais cedo do que esperado. Tive alguma sorte, pois a segunda série foi um pouco mais lenta, o que me permitiu apurar para a final através dos repescados e estou muito contente por isso.
Para as meias-finais, pretendo estar mais atento e correr de forma mais confiante, estando preparado para acelerar quando necessário, sem me fechar demasiado, e mantendo uma maior atenção a todos os adversários, de modo a poder responder e reagir de forma eficaz.”

No lançamento do dardo, o atleta João Fernandes alcançou a distância de 69,93 metros, qualificando-se para as meias-finais. A sua melhor marca pessoal deste ano é de 72,21 metros, obtida em Abrantes, no dia 21.06.25.
Em declarações à zona mista, afirmou «A qualificação era o objetivo principal, pelo que estou satisfeito por a ter alcançado, embora não esteja inteiramente feliz com a minha prestação. Sentia-me bem durante o aquecimento, mas não consegui aplicar a força de forma adequada durante o lançamento. Agora, resta descansar e preparar-me para a final, na esperança de realizar um bom lançamento. Melhorar o meu recorde pessoal seria, sem dúvida, um resultado muito positivo.»
Fotos FPA | Sportmedia