Maratonistas em processo de adaptação

FPA Geral Notícias

6 Set, 2025
estádio

Diário dos Mundiais – Os portugueses estão agora mais adaptados à realidade japonesa e vão cumprindo o seu planeamento sem sobressaltos. Instalados numa boa unidade hoteleira, com ginásio capaz de ali cumprirem alguns treinos. Existe ainda uma área, a um quilómetro do hotel, onde é possível fazer alguns treinos, especialmente os meio-fundistas, e um ginásio com maior capacidade. Mas, claro, a cereja no topo do bolo, é a utilização do Crasus Dome Oita, o estádio principal, no Oita Sports Park, que alberga, além do estádio principal, uma pista secundária, com seis corredores, um campo para lançamentos, curtos e longos, campos de basebol, futebol e râguebi, numa área como o do Complexo do Jamor.

Este estádio, albergou jogos do Mundial de Futebol de 2002, acolheu os Jogos Nacionais de 2008 e foi um dos estádios do Mundial de Râguebi de 2019, está totalmente à disposição dos atletas portugueses durante a sua estadia no sul do Japão.

No grupo, destaque para os maratonistas, que vão cumprindo os seus treinos escrupulosamente. Esta manhã conversámos com dois deles, Rui Pinto e Solange Jesus, os dois melhores representantes portugueses na prova de maratona nos primeiros Campeonatos da Europa de Estrada, que decorreram em Bruxelas, na primavera passada. Solange Jesus foi sexta classificada, Rui Pinto foi oitavo.

É precisamente o atleta masculino que começa por referir que “o treino está a ser muito positivo, a adaptação está a ser cumprida, acho que fez muito sentido virmos estes dias de estágio para nos adaptarmos às condições, que são exigentes, e as sensações estão a ser boas”.

Rui Pinto

“Em relação a estar nestes campeonatos, é sempre um objetivo de carreira podermos estar em grandes campeonatos e poder lutar por resultados de excelência, e estou muito feliz por isso”.

Neste momento, Rui Pinto é o único maratonista, já que Samuel Barata e Miguel Borges, lesionados, não se puderam deslocar o Japão.

“Acabo por estar mais só. A experiência partilhada é sempre mais positiva e gostava de estar cá com eles, o Miguel é meu colega de treino, o Barata já foi meu colega de clube, era importante ter essa companhia nesta prova tão exigente, mas tenho de me focar no que posso controlar agora para fazer um resultado interessante”, refere Rui Pinto, que ainda não conhece a cidade, mas já senrte a realidade japonesa.

“O primeiro impacto foi positivo. É um pouco diferente do que estamos habituados a ver, mas as condições são boas, a educação e a cultura é especial, e estou a gostar muito da experiência. E quando chegarmos a Tóquio será mais impactante”.

Solange Jesus e o treinador Ricardo Gomes

Solange Jesus também tira dados positivos deste estágio. “O treino correu muito bem, esta aclimatação estão a correr muito bem. O primeiro dia foi mais difícil, em que sentimos o calor e a humidade. Hoje já me senti mais à vontade, o treino correu bem, estou com boas indicações e espero continuar esta aclimatação desta forma, ou seja, de dia para dia seja mais fácil correr”.

Para Solange, este calor e humidade não foram surpresa. “Estava à espera, pois há muito tempo ando a acompanhar as temperaturas e o grau de humidade que se tem feito no Japão, especialmente em Oita e Tóquio, e também fiz aclimatação em Portugal, com um período de treino de alguns dias numa sala de aclimatação, e deu para ter uma perceção do que poderia encontrar aqui. Mas, viver a experiência no local é totalmente diferente”.

No regresso aos mundiais, Solange afirma-se numa fase “muito boa, física e mentalmente. Se fosse uma competição diferente eu iria com tudo, aqui estou um pouquinho mais receosa, por causa das condições, sabendo que não podemos seguir a ritmos demasiados elevados, mas estou confiante. Acima de tudo estou a sentir-me bem comigo mesma e estou a gostar de estar aqui. Expetativas, temos sempre expetativas altas, sabemos que estamos num campeonato do Mundo, num dos maiores palcos do desporto e só quero chegar bem ao fim, estar feliz e viver mais esta experiência”.

Susana Santos e Salomé Rocha são as duas outras maratonistas portuguesas nestes Mundiais.

A maratona feminina será no segundo dia de competição (14 de setembro), a masculina no dia seguinte (15 de setembro), ambas a partir das 8 horas locais (meia-noite em Portugal), altura em que o grau de humidade é mais baixo.

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