A Federação Portuguesa de Atletismo selecionou 20 atletas para representar a modalidade e Portugal nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Para esta 32ª edição da competição, a equipa portuguesa representa quase todos os setores da modalidade (a exceção reside nas provas com barreiras), contando com nove recordistas de Portugal! Uns mais recentes, como Cátia Azevedo (400 metros), Lorene Bazolo (100 metros), Patrícia Mamona (triplo), Liliana Cá (disco) e Auriol Dongmo (peso); outros mais antigos, como Pedro Pichardo (triplo), Ricardo dos Santos (400 metros), João Vieira (50 km marcha) e Ana Cabecinha (20 km marcha).
Entre eles estão também atletas titulados. Uns há mais tempo, com maior palmarés, como Nelson Évora (campeão olímpico em 2008 e com títulos mundiais e europeus), o próprio João Vieira, ainda vice-campeão mundial em título nos 50 km marcha, Sara Moreira, campeã europeia de meia maratona em 2018; outros em “mistura”, como Patrícia Mamona, campeão europeia ao ar livre em 2018 e em pista coberta em 2021; outros mais recentes, como Auriol Dongmo e Pedro Pichardo, campeões europeus em pista coberta em 2021.
Mas, de uma forma geral, mesmo alguns dos estreantes, já estiveram em grandes competições e alcançaram lugares de relevo. Contudo, estes são os Jogos Olímpicos, a competição mais apetecida e difícil do planeta. E, por isso, é importante enquadrar os nossos atletas nas respetivas disciplinas atendendo à sua posição nos World Rankings, a tabela qualitativa da World Athletics. Não vamos aqui entrar no “ranking” global, mas apenas nos de cada disciplina.
Assim, a equipa portuguesa tem cinco atletas no top 10 mundial; João Vieira é segundo no ranking dos 50 km marcha e é o melhor entre os portugueses, logo seguido por Pedro Pichardo, terceiro no ranking do triplo salto, prova em que Nelson Évora fecha o “top-10” (e, já agora, Tiago Pereia está num confortável 15º lugar). Neste patamar temos duas atletas: Auriol Dongmo, quinta classificada no peso, e Patrícia Mamona, oitava classificada no triplo salto.
Por isso, o enquadramento dos atletas portugueses, estando entre a elite autorizada a competir nos Jogos Olímpicos, deve ser equacionado de acordo com a sua posição nos rankings, esperando-se deles que possam manter-se num nível de forma que os mantenha naquela posição e até mesmo melhorar, já que as classificações até ao 16º lugar são muito significativas em termos de qualificação para poderem participar nos Campeonatos Mundiais de 2022, que serão em Eugene, Oregon, nos Estados Unidos.
Os atletas portugueses têm uma média de idades de 31 anos, contando para ela o mais velho da comitiva, João Vieira (45 anos), também ele o que tem maior número de presenças, e a mais nova da comitiva, Salomé Afonso (24 anos).
São estes os atletas que a partir da próxima madrugada evoluirão no magnífico Estádio Olímpicos em Tóquio (com as provas de maratona e marcha atlética a realizarem-se em Sapporo, 800 km a norte da capital nipónica).
Em anexo, temos um dossier completo da equipa portuguesa em Tóquio, bem como o historial do atletismo e outros elementos úteis, que produzimo com auxílio da Estatísta da FPA e do site Estatísticas do Atletismo (de Arons de Carvalho).
Dia 1 – 30 de julho
O primeiro dia de competição tem a presença de quatro atletas portuguesas. Na primeira ronda de eliminatórias dos 100 metros teremos a recordista nacional Lorene Bazolo. A atleta do Sporting Clube de Portugal e treinada por Rui Norte ficou isenta da participação nas pré-eliminatórias, e estará na pista para as eliminatórias que terão lugar a partir das 4h15 da manhã. A recordista de Portugal nos 100 metros (11,15 segundos) terá a sua terceira presença nos Jogos Olímpicos, depois da estreia em 2012, então porta estandarte do Congo, competiu em 2016, no Rio de Janeiro, por Portugal, sendo quarta classificada nas eliminatórias dos 100 e 200 metros.
Já a meio da manhã, a “caminhar” para a hora de almoço, teremos duas provas com qualificação. Às 11h05 começará o triplo-salto. Dois grupos à mesma hora. No grupo A teremos Evelise Veiga, a atleta do Sporting Clube de Portugal, treinada por Cátia Ferreira, que conseguiu a marca de qualificação direta ainda antes da pandemia. Ainda dedicada ao salto em comprimento, tendo melhorado o seu recorde pessoal este ano, a atleta estreia-se nos Jogos Olímpicos e aspira ao apuramento entre as 12 primeiras que chegarão à final ou conseguir um salto acima de 14,40 metros (o seu recorde é de 14,32).
No grupo B compete Patrícia Mamona. A atleta do Sporting Clube de Portugal, treinada por José Uva, chega a Tóquio com um recorde de Portugal (14,66 metros) e o título europeu em pista coberta (e, por força do cancelamento dos Europeus em 2020, ela ainda é campeã da Europa ao ar livre). Claro que o sexto lugar obtido nos Jogos do Rio 2016 a deixam como uma das candidatas à final. Esta época ela já saltou a 14,75 metros, mas com ajuda ilegal do vento.
Vinte e cinco minutos depois começará a qualificação do lançamento do peso. Presente a recordista de Portugal (com 19,75 metros), Auriol Dongmo. A atleta do Sporting Clube de Portugal, treinada por Paulo Reis, para chegar à final terá de lançar acima de 18,.80 metros (algo que ela já conseguiu 24 vezes nesta temporada) ou ficar entre as 12 primeiras, partindo como a quinta do ranking mundial. Esta é a segunda presença de Auriol nos Jogos, a primeira por Portugal.
O dia olímpico inclui ainda, na jornada da manhã (madrugada em Portugal), altura masculina, qualificação, 3000 metros obstáculos masculinos, eliminatórias, 800 metros femininos, eliminatórias, e 400 metros barreiras masculinos, eliminatórias. A jornada vespertina (durante a manhã e hora de almoço) incluirá os 5000 metros femininos (eliminatórias), a estafeta mista de 4×400 metros (eliminatórias) e a final dos 10000 metros masculinos (12h30).
Links:
Livro de estatísticas do atletismo nos Jogos Olímpicos (World Athletics)