Diário dos Europeus: Pedro Pichardo com ouro, bandeira e hino

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7 Mar, 2021
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Pedro Pablo Pichardo entrou como favorito na final e não deu hipóteses a ninguém conquistando o ouro

Fotos: Alexander Hassenstein / European Athletics and Giancarlo Colombo / FPA

Pedro Pablo Pichardo conquistou a medalha de ouro no triplo salto nos Campeonatos da Europa em Pista Coberta, que estão a decorrer em Torun (Polónia). 

O atleta português abriu logo o concurso com a marca líder: 17,30 metros, deixando toda a concorrência em expetativa, mas mostrou-se insatisfeito com esse resultado, mas não mais melhoraria. No segundo ensaio registou 17,09 m, depois teve um ensaio nulo, no quarto ensaio saltou 17,06 m e prescindiu do quinto ensaio (os outros concorrentes fizeram saltos nulos). 

Na última ronda a emoção, com o alemão Max Hess a passar os 17 metros (17,01) e o azeri Alexis Copello a reconquistar a prata com 17,04 metros. Uma nota: qualquer dos saltos de Pichardo dariam para o ouro!
No final da prova, o atleta treinado pelo seu próprio pai, Jorge Pichardo, não escondeu que o seu «primeiro salto não foi bom. Há sempre erros e naquele salto eu fiz vários erros, por isso não parecia muito feliz com isso, apesar de ter sido o suficiente para conseguir a vitória hoje, que era o meu objetivo». 

Pedro Pichardo afirma que pode «saltar mais longe, e esse é sempre meu objetivo – ser o melhor que posso ser. Queria mesmo fazer um salto bem maior», referiu, revelando que «bater o recorde nacional não é realmente um grande objetivo, porque hoje existem outros saltadores que estão a saltar, muito mais longe do que isso. Veja-se o [Hugues Fabrice] Zango, por exemplo, ele já saltou 18 m. Eu quero é passar essas marcas. Bater o recorde nacional só por si não me deixa por cima deles».

«Claro que conseguir um bom salto aqui hoje foi um dos meus principais objetivos, mas no final, o mais importante é levar a vitória na bagagem para casa», afirmou o atleta que, em 2019, na sua primeira presença por Portugal em Mundiais ao ar livre (Doha) ficou em quarto lugar e que, referiu, «depois de perder uma medalha em Doha, ganhar o ouro aqui significou muito, principalmente porque é uma forma de mostrar o reconhecimento pelo que Portugal fez por mim, de me dar a oportunidade  de continuar a fazer o que quero, saltar, por isso estou muito grato por isso», disse o atleta ainda com a bandeira nacional que recebeu das mãos da comitiva para o habitual momento de consagração.

Todos os saltos de Pichardo davam para triunfar e acabou por prescindir o quinto ensaio, «pois o meu treinador notou que eu estava a ficar um pouco fatigado, que necessitava de recuperar um bocadinho. Fizemos isso e depois foi o último salto, de confirmação», disse Pichardo.

Agora é hora de encarar o futuro, «preparar-me para os Jogos Olímpicos, que será o grande objetivo de todos», afirmou, confirmando que a Diamond League fará parte do seu caminho para Tóquio, mostrando-se «muito contente por o triplo-salto estar de volta ao programa principal dos maiores meetings do Mundo, especialmente porque eu já venci a Diamond League uma vez e esse foi um dos grandes momentos da minha carreira», concluiu o atleta.

Os 60 metros femininos

Quanto às atletas presentes nos 60 metros, destaque para a estreante Rosalina Santos, quarta classificada na quarta série, com 6,38 segundos, passando automaticamente para a meia final. Após esta sua corrida, a atleta portuguesa treinada por Rui Norte, nem sabia «o que estava a sentir. Lembro-me da partida, mas depois não sabia onde estava! Cumpri o primeiro objetivo, passar à meia-final». 

Na meia-final, Rosalina Santos terminou em oitavo lugar, com a mesma marca da qualificação (6,38 s). Após a prova admitiu ter «entrado mais nervosa. Queria ter feito melhor marca, mas nas provas de 60 metros não podemos errar». Nesta sua estreia em grandes competições, as lições são muitas. «Não estou habituada a estes palcos. A experiência é incrível e percebo que quero trabalhar mais para regressar a estes palcos com outras ambições. Esta tem sido uma temporada excelente, após dois anos de paragem por lesões e ainda quero mais da época de verão», concluiu.

Sem acesso à meia final ficou Lorene Bazolo, sétima classificada na primeira série de cinco, com a marca de 7,40 segundos. Após a sua corrida, ainda antes de sabermos os apuramentos, a atleta também treinada por Rui Norte, afirmou que «hoje, como em todos os Campeonatos, entro para dar o máximo. Foi o que senti. A marca não é a que eu queria, mas nestas fases o foco é seguir em frente», referiu a atleta que, veio a confirmar-se, não continuou a sua participação. Há quatro anos, a marca de 7,49 segundos deu para chegar à meia-final. Agora os 7,40 s não chegaram.

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