Ao terceiro dia dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 a portuguesa Patrícia Mamona conquista a 11ª medalha do atletismo português, a prata no triplo-salto!
Quando Patrícia Mamona, no final do apuramento, disse que ia dar tudo na final, poucos esperariam um concurso deste elevado nível. Talvez apenas ela e o seu treinador e quem mais a acompanha de perto no dia-a-dia. Patrícia Mamona, atleta do Sporting Clube de Portugal, entrou no estádio e, para a câmara que a filmava, fez um coração com as mãos, e logo no primeiro salto deixou tudo boquiaberto: recorde de Portugal de 14,91 metros! O anterior recorde (14,66 m) melhorado em 25 centímetros. Era a resposta ao salto da venezuelana Yulimar Rojas que fez 15,41 m, recorde olímpico. As duas primeiras estavam encontradas. Mas o melhor estava para vir.
Patrícia nunca mais deixou o segundo lugar. Depois de um salto não conseguido de 12,30 e do terceiro salto nulo, Patrícia abriu as rondas finais com outro recorde de Portugal, desta vez mais impressionante: 15,01 metros! E depois ainda saltou a 14,66 e 14,97! Enorme progressão de Patrícia Mamona, a primeira portuguesa a saltar acima de 15 metros e logo numa final olímpica para conseguir a medalha de prata. Esta foi a terceira presença da atleta treinada por José Uva desde o primeiro momento no atletismo. Depois do 13.º lugar em Londres 2012 e do sexto lugar no Rio 2016, a medalha mais merecida para a campeã da Europa em título, ao ar livre e pista coberta.
Ao último ensaio a venezuelana Yulimar Rojas bateu o recorde do Mundo do triplo-salto com a marca de 15,67 metros, superando o anterior máximo de Inessa Kravets (15,50) que iria fazer 26 anos a dia 10 de agosto. A terceira classificada foi a espanhola Ana Peleteiro, que bateu o recorde de Espanha com 14,87 metros!
No final da prova, em declarações à RTP, Patrícia Mamona admitiu que estava ainda a abosrover tudo, “ainda parece surreal, mas eu estava muito confiante. O apuramento foi super-tranquilo e deixou toda a confiança para o dia de hoje”, afirmou, agradecendo ainda aos seus familiares, a todos os portugueses, e ao “treinador, que me acompanha há 20 anos e que viu em mim qualquer coisa. Hoje sou vice-campeã olímpica e a segunda melhor do mundo”.
Os recordes de Portugal de Patrícia Mamona | ||||
13,83 | Patrícia Mamona | JOMA | Salamanca | 08-07-2009 |
13,85pc | Patrícia Mamona | JOMA | Fayeteville | 13-03-2010 |
13,88 | Patrícia Mamona | JOMA | Greensboro | 29-05-2010 |
14,01 | Patrícia Mamona | JOMA | Oregon | 10-06-2010 |
14,12 | Patrícia Mamona | JOMA | Barcelona | 29-07-2010 |
14,42 | Patrícia Mamona | Sporting CP | Lisboa-U | 31-07-2011 |
14,52 | Patrícia Mamona | Sporting CP | Helsínquia | 29-06-2012 |
14,58 | Patrícia Mamona | Sporting CP | Amesterdão | 10-07-2016 |
14,65 | Patrícia Mamona | Sporting CP | Rio de Janeiro | 14-08-2016 |
14,66 | Patrícia Mamona | Sporting CP | Mónaco | 09-07-2021 |
14,91 | Patrícia Mamona | Sporting CP | Tóquio | 01-08-2021 |
15,01 | Patrícia Mamona | Sporting CP | Tóquio | 01-08-202 |
Antes, na madrugada, já o atletismo português tivera um ponto alto, com o quarto lugar de Auriol Dongmo no lançamento do peso.