Foi hoje inaugurada, com a presença do presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), Jorge Vieira, e da atleta olímpica Rosa Mota, a Exposição do Centenário, que “viajou” de Lisboa para o Porto, para o espaço atmosfera m, da Associação Mutualista Montepio, na Rua Júlio Dinis. Com a presença ainda do diretor regional do Instituto Português do Desporto e Juventude, Vítor Baltazar Dias, de representantes das autarquias do Porto, Paços de Ferreira e Matosinhos e do presidente da Associação de Atletismo do Porto, Bernardino Alves, foi realizada uma visita guiada a “um século de história com futuro”.
Por entre objetos e equipamentos do espólio da FPA e cedidos por outras entidades, como o Museu do Desporto, por atletas, dirigentes e “amigos” do atletismo – como os primeiros blocos de partida, um dos primeiros modelos de sapatos de velocidade ou uma das primeiras pistolas de partida – destacaram-se os pontos altos da única modalidade nacional que gerou campeões olímpicos e cuja história antecede a formação da própria Federação Portuguesa de Atletismo, fundada a 5 de novembro de 1921, com o nome Federação Portugueza de Sports Athleticos, já depois da primeira representação olímpica do nosso atletismo, em 1912.
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Com paragem obrigatória no painel que homenageia os nossos cinco campeões olímpicos (Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, Nelson Évora e Pedro Pichardo), a visita seguiu para nova paragem, desta vez junto do equipamento utilizado por Rosa Mota quando conquistou a prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, se aplaudir a carreira da atleta, ali presente, que havia de conquistar o primeiro ouro feminino da história nacional neste certamente quatro anos depois, em Seul; mas também junto das sapatilhas utilizadas por Fernanda Ribeiro aquando da conquista do ouro olímpico nos 10 000 metros, em 1996; ou das sapatilhas utilizadas por Manuela Machado e das usadas por Aurora Cunha, aquando da conquista dos títulos de campeãs mundiais.
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Já no século XXI, seguindo a ordem cronológica pela qual está disposta a exposição, foi possível ver as sapatilhas com as quais Nélson Évora saltou para o ouro olímpico e as medalhas conquistadas pelo vice-campeão olímpico dos 100 metros, Francis Obikwelu, que cedeu as sapatilhas personalizadas com a bandeira de Portugal, com as quais correu para a prata. Depois de se recordarem, através de medalhas e de equipamentos, os títulos de Rui Silva e o seu terceiro lugar nos Jogos Olímpicos e de Naide Gomes, chegou-se ao vice-campeonato mundial nos 50 km marcha conquistado por João Vieira, em 2019, em Doha; para, em período de pandemia, se salientarem os recordes nacionais batidos e as mais recentes conquistas olímpicas: o ouro e a prata, no triplo-salto, respetivamente de Pedro Pichardo e de Patrícia Mamona.
Indo ao encontro do entusiasmo dos convidados, esta visita-guiada não haveria de terminar sem que antes fosse dada a oportunidade aos presentes de sentirem literalmente o peso do atletismo, podendo agarrar os engenhos utilizados no lançamento do peso, do martelo, do disco e ainda um dardo. A exposição, que está a partir de amanhã, de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 19h00, aberta ao público, com entrada gratuita, convida a entrar “em grande” seguindo o tapete utilizado no salto em comprimento e no triplo salto, com a marca dos recordistas nacionais. A esta noção de profundidade soma-se ainda a experiência de passar por baixo da fasquia do salto em altura colocada à distância atingida pelo recordista nacional Paulo Conceição, num convite a viver ou a reviver de forma muito prática e próxima a história da Federação Portuguesa de Atletismo e do atletismo português.
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