Já começou o Congresso 100 anos de atletismo, que este fim-de-semana (1 e 2 de abril) promete evocar um século de história, traçar o estado da arte e promover a discussão em torno dos temas mais prementes da modalidade, numa organização da Federação Portuguesa de Atletismo.
Dos tempos em que a lei portuguesa desencorajava a prática de atividades físicas como a ginástica e as corridas e promovia o jiu jitsu e o jogo do pau; passando pelo modelo de treino francês que já defendeu que sessões maiores do que uma hora eram demasiado extensas para conjugar com a vida profissional dos atletas; até aos dias de hoje, o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Jorge Vieira, passou 100 anos de treino de atletismo em revista, na abertura deste Congresso, que mereceu uma mensagem especial enviada pelo Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia.
Ficou feito o enquadramento para a mesa seguinte, na qual, com a moderação do presidente da Confederação de Desporto de Portugal, Paulo Frischknecht, os presidentes do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino; do Comité Paralímpico de Portugal, José Manuel Lourenço; do Instituto Português do Desporto e Juventude, Vitor Pataco; e da Federação Portuguesa de Atletismo, Jorge Vieira, discutiram o “Desporto do Futuro”. A evolução tecnológica, a biotecnologia, as acessibilidade e acesso às infraestruturas desportivas e sua respetiva evolução, a pressão mediática e de sponsorização e os desafios de novas realidades, como a dos atletas transgénero, foram alguns dos assuntos abordados.
Seguiu-se mais um momento-alto do programa, com Jorge Pichardo, pai e treinador com campeã olímpico, mundial e bicampeão europeu de triplo-salto, Pedro Pichardo, a marcar presença numa sessão de partilha de experiências de treino e de vida.
Antes do almoço discutiu-se o “Quadro Competitivo do Futuro”, numa sessão que contou com Paulo Reis, em representação do Sporting Clube de Portugal; José Silva, da Associação de Treinadores de Portugal; José Mário Rocha, presidente do Grecas; e André Pereira, presidente da Associação de Atletas de Alta Competição. Esta sessão permitiu alargar a discussão promovida pela FPA, que se prepara para apresentar um novo modelo de quadro competitivo nacional.
Da parte da tarde, João Abrantes falou sobre “individualização do treino”, para depois, em conjunto com José Praia esclarecerem uma das questões mais permanentes e desafiantes para treinadores e atletas: “A qualificação para as grandes competições.”
“O atleta de alto rendimento do futuro” foi o tema em debate, com a moderação de Pedro Roque, do COP, que juntou, em seguida, José Silva, responsável, na FPA, pelo Atletismo Adaptado; Alexandre Costa, jovem treinador e colaborador do Departamento de Alto Rendimento da FPA; e João Abrantes, técnico nacional de velocidade e barreiras.
Seguiu-se uma proposta de Pedro Pinto, treinador e responsável pela equipa de Infantojuvenil da FPA, no que diz respeito ao “Quadro de Referências de Treino para o Atletismo Juvenil”; e, depois, o médico João Beckert, Ricardo Silvestre e o atleta José Carlos Pinto, juntaram-se para falar sobre “Treino em altitude”.
A terminar este primeiro dia, decorreram quatro das mais aguardadas conferências deste Congresso: “Desafios e soluções do treino de João Coelho”, por Vítor Zabumba; “Desafios e solução dos treino de Liliana Cá”, por Luís Herédio; “Desafios e soluções do treino de Auriol Dongmo”, por Paulo Reis; e “Desafios e soluções do treino de velocidade para o salto em comprimento”, por Juan Carlos Alvarez.
Amanhã os trabalhos iniciam às 9h00, com a mesa-redonda “Limites, desafios e soluções do atletismo regional”, num dia que conta ainda com a participação de atletas como Marta Onofre, Francis Obikwelu, Hélio Fumo, além dos conceituados treinadores Pedro Jiménez-Reyes, Günter Lange e Juan Carlos Alvarez.
O programa completo está disponível aqui: https://fpatletismo.pt/atletismo/noticias/2023/03/fpa-organiza-congresso-100-anos-de-atletismo
Fotos: FPA/Marcelino Almeida