Agate Sousa garante bronze europeu no comprimento

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12 Jun, 2024
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Diário de Roma – dia 6 – Epílogo dos Campeonatos Europeus de Atletismo em Roma (Itália), com Portugal a fazer-se notar, com a medalha de bronze de Agate Sousa no salto em comprimento e com recorde de Portugal, de novo, na estafeta de 4×400 metros.

O dia até conheceu um preâmbulo, pois Pedro Pichardo subiu ao pódio, na Praça das Medalhas, junto ao Estádio Olímpico, para receber a medalha de prata referente ao segundo lugar no triplo-salto, onde voltou a saltar acima de 18 metros.

Depois começou a final do salto em comprimento, com mais um grande momento de Portugal e uma grande final. A alemã Malaika Mihambo fez um salto a 7,22 metros e deixou a concorrência em “sentido”, mas a portuguesa não se assustou e foi fazendo a sua prova. Abriu com 6,82 m, melhorou para 6,86 e 6,9, a marca que deu o bronze (mas então estava na prata). Fez um nulo, saltou 6,83 e fechou com 6,62 m. Ainda viu a alemã Assani saltar 6,91, mas no último salto, a italiana Larissa Iapichino saltou 6,94 m, melhor marca europeia sub-23.

Foi um fado de pequeno, felizmente, porque Assani não melhorou mais. Medalha de bronze para Agate Sousa na sua primeira estreia em Europeus.

“Um belo resultado. Já estive em várias competições com elas, sei o que valem e sabia o que tinha de fazer. É a minha primeira internacionalização e como disse vim para lutar pelas medalhas e consegui alcançar esse objetivo. Estou muito feliz”, afirmou a atleta, que está ainda a saborear este sonho.

“Durante a prova eu estou sempre focada no meu trabalho, mas não deixo de ver o que elas estão a conseguir, para tentar também responder. Eu estava capaz de saltar os sete metros, aquele ensaio nulo foi bem longo”, disse-nos.

Agora, “há que continuar a trabalhar, temos os Jogos Olímpicos de Paris, onde ainda haverá mais concorrência e eu quero voltar a estar a competir entre as melhores”, referiu.

E foi com o concurso do comprimento a decorrer que chegou a hora de outra final, a dos 4×400 metros masculinos, e que grande prova fez o quarteto português, culminando com mais um recorde de Portugal, agora em 3m01s89”, o reflexo do sexto lugar conseguido pelos atletas Ricardo dos Santos, Ericsson Tavares, João Coelho e Omar Elkhatib. Uma presença inédita na final do Europeu.

A equipa, que mereceu esta vaga na final, conseguiu uma excelente prestação e um bom recorde nacional. “É reflexo de um trabalho que temos vindo a fazer ao longo do tempo, não temos feito muitas estafetas, mas temos trabalhado bem individualmente, uma aposta conjunta”, disse o jovem Ericsson Tavares.

“Estivemos na final porque merecemos, e cumprimos, voltando a fazer recorde nacional”, concluiu. Estando fechado o acesso aos Jogos Olímpicos de Paris’2024, este resultado é esperançoso. “Abre-se aqui uma porta para o futuro. Estas marcas conseguidas em Roma podem dar-nos uma entrada para as grandes competições do próximo ano, já com os Europeus de pista coberta. Aí, há que conseguir confirmar a média para o ar livre. Consoante isto, só temos de provar à FPA que somos uma grande aposta para competições europeias e mundiais”, referiu João Coelho, numa fase em que as outras seleções começam a reparar nesta estafeta de sucesso.

Ainda estávamos no rescaldo destas competições e Isaac Nader estava a correr a final dos 1500 metros. Sempre bem posicionado, o português viria a claudicar no final, terminando em 10º lugar com a marca de 3m34s22”.

“Os últimos 200 metros já os corri no limite. Ficar em 10º lugar não era o meu objetivo, Toda a gente sabe que eu queira lutar pela medalha, foi para isso que trabalhei, mas não consegui”, referiu, adiantando, quando perguntado, não saber “se foi o esforço da recuperação após a queda que me deixou assim. Não sei. A verdade é que as regras ou se cumprem ou devem ser alteradas. Se assim continuar mais vale cairmos, rebolarmos e sermos classificados para uma final. Eu não perdi por isso, perdi porque não consegui dar mais”, referiu, visando agora a continuidade do trabalho para os Jogos de Paris.

“Não há descanso. Amanhã há que recomeçar o trabalho. Ainda não foi desta que consegui a medalha, mas estou firme na vontade de continuar a trabalhar para o conseguir”, concluiu o atleta.

Portugal fecha assim os Campeonatos Europeus de Atletismo de Roma na 21ª posição das medalhas, com uma de prata (Pedro Pichardo no triplo, e duas de bronze, por Liliana Cá, no disco, e Agate Sousa, no comprimento). Foram batidos cinco recordes nacionais e alcançados oito lugares de finalista. Na pontuação, Portugal fechou no 15º lugar, com 36 pontos.

Tudo terminou com a cerimónia de medalhas do salto em comprimento, com Agate Sousa no pódio do bronze.

Fotos FPA/Sportmedia

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