Uma vitória absoluta, por Fatoumata Diallo, um recorde de Portugal, na estafeta feminina de 4×100 metros, e ainda um recorde nacional sub-23 nos 100 metros barreiras, por Melissa Sereno, marcaram o terceiro de prestação portuguesa na Primeira Divisão do Campeonato da Europa de Equipas, que se está a desenrolar na pista de Vallehermoso, em Madrid. Portugal fechou o dia no 11º lugar da classificação coletiva.
Como já referimos foram vários os pontos altos de Portugal que levaram a mais uma pequena subida na classificação geral. A equipa ocupa agora a 11ª posição, com 190 pontos, a 14 pontos da Suíça (10º) e 14,5 pontos da Chéquia (9ª). Atrás de Portugal, estão a Grécia (a oito pontos), a Hungria (a 8,5 pontos) e na zona de descida estão a Ucrânia (160 pontos), a Finlândia (158,5) e a Lituânia (102,5). Na frente seguem Itália (290 pontos), a Alemanha (266) e a Polónia (256,5).
Excelente prestação de Fatoumata Diallo nos 400 metros barreiras a dar o máximo de pontos a Portugal, com o seu triunfo na série A desta prova, com a sua melhor marca desta temporada, 54,77 segundos! “Estou muito satisfeita com este meu resultado. Estava à espera de uma boa marca, mas pedi muito a Deus para me ajudar a ganhar. Já corri com várias destas atletas e cheguei a perder com elas, mas hoje era o meu dia e estou muito orgulhosa de dar o máximo de pontos a Portugal”, afirmou a atleta, confiante no trabalho que está a fazer e que passa “pela estafeta mista amanhã. Portugal está com um bom nível de quatrocentistas e queremos mostrar que não somos um pequeno país, que estamos bem com os melhores”, concluiu a atleta.
Ainda nas provas femininas, Salomé Afonso, porque não tinha corrido 800 metros esta época, foi colocada na série B, que não foi muito rápida, com a portuguesa a controlar a corrida e a vencer com segurança, em 2m02s12”, marca que ainda foi melhor que a oitava a classificada da série A, terminando em 8º lugar na geral. “Como a prova não foi muito rápida, optámos por controlar a corrida assegurando o triunfo para dar os oito pontos a Portugal, guardando ainda ânimo para a minha segunda prova amanhã, os 1500 metros, aquela em que me sinto melhor”, concluiu a atleta.
Ainda que tenha terminado em 11º lugar na classificação geral, a equipa feminina da estafeta de 4×100 metros conseguiu bater o recorde de Portugal, cortando a meta em 43,44 segundos, na segunda posição da série B. O quarteto constituído por Lorene Bazolo, Beatriz Castelhano, Beatriz Andrade e Arialis Martinez estava feliz e Beatriz Andrade era a porta-voz da felicidade do quarteto. “Há muito tempo que perseguíamos este recorde. Tentávamos, mas ficávamos perto, sem o superar. Hoje, embora possamos melhorar, estivemos bem”, referiu, enquanto Arialis era mais expressiva e afirmava que “temos valor para fazer melhor, com mais trabalho”, com a estreante Castelhano a mostrar-se “radiante com a minha estreia, com esta equipa, com este recorde, inesquecível”, afirmou, enquanto Lorene reforçava o facto de ser a primeira vez que corremos juntas e conseguimos este desfecho”, concluiu, preparada para a terceira prova pela seleção ()os 200 metros, no último dia.
Logo depois, nos 100 metros barreiras, Melissa Sereno foi quarta na série B, com a marca de 13,18 segundos, batendo recorde nacional sub-23 (este, 13,21 segundos, com 30 anos, desde 1995, pertencia a Isabel Abrantes), ficando apenas a quatro centésimos do recorde de Portugal absoluto (13,14 s), que pertence a Isabel Abrantes desde 2000! “Sinto que faltou um bocadinho. Sinto mesmo que estou bem, estava à espera de melhorar a minha marca, senti-me bem durante a corrida, sei os erros que cometi e ficou esta sensação de ter faltado qualquer coisa”, confessou a atleta, a segunda melhor portuguesa de sempre nesta disciplina, muito feliz com esta sua prestação (11ª) por Portugal.
Mariana Pestana conseguiu uma boa prestação, alcançando o oitavo lugar com a marca de 64,79 metros, melhorando em relação à sua anterior presença, 13ª classificada. “Estou contente por ter melhorado em relação à presença anterior, mas eu estava à espera de fazer um outro lançamento mais longo. Não foi mau, mas eu queria outra marca”, afirmou a atleta no final.
Lucinda Gomes, no triplo-salto, esteve a um salto de ser ainda mais brilhante. Já tinha conseguido 13,26 metros, estava em oitavo lugar, mas no último salto, uma atleta ultrapassou-a e deixou-a no nono lugar. “Estou com aquele sentimento agridoce. Sentia-me bem, considero que superei as expetativas de muitos, com estes oito pontos para Portugal, mas senti, durante a prova, que se pudesse fazer mais saltos conseguiria chegar mais longe. Mas estou orgulhosa de representar Portugal e espero que seja a primeira de muitas internacionalizações.”, disse-nos no final.
Nas provas masculinas, excelente a prestação de Diogo Barrigana nos 400 metros barreiras, a classificar-se em segundo lugar na série B, com a marca de 49,58 segundos, um recorde pessoal de grande valia, que o deixa no quinto lugar dos melhores portugueses de sempre. No conjunto das duas séries o português ainda conseguiu terminar em oitavo lugar! “Estou muito satisfeito com esta minha estreia. Não me assustei com o facto de ter vários atletas à minha frente aos 200 metros, porque a prova tem 400 e eu fui melhorando bastante para conseguir este resultado. Agora isto dá-me ainda mais ânimo para o resto da temporada que passa por chegar à final dos Europeus sub-23”, afirmou o atleta, que ficou em oitavo no geral.
No salto em comprimento masculino, depois de dois nulos, Gerson Baldé fez um salto apenas para marcar pontos e chegou aos 7,59 metros, não alcançando o potencial de pontos que Portugal aspirava alcançar, ganhando pontos apenas à Hungria e à Lituânia. Depois, no salto em altura, saltou 2,14 metros, o seu melhor deste ano, e não passou 2,18 por pouco. “Não estou satisfeito com o meu dia. De facto, o comprimento não correu bem, às vezes é assim. Depois, no salto em altura, algo que eu gosto de fazer, sinto que podia ter dado um pouco mais, mas a cabeça já não estava a deixar”, disse o atleta no final.
Nos 110 metros barreiras, Edson Gomes não fez “a prestação que pretendia nesta estreia na seleção, na Primeira Divisão”, afirmou o atleta após ficar em quarto lugar na série B com a marca de 14,07 segundos (v: -1,3 m/s). “Esta é uma prova em que o mínimo erro condiciona toda a corrida. Fiz alguns que não me deixaram chegar à marca que queria. Depois de toda uma época parado por lesão, fiz uma boa época de inverno e agora queria mesmo fazer aqui uma grande marca”, concluiu, que terminou em 12º lugar no geral.
Insatisfeito consigo próprio, “valho muito mais do que aqui fiz. Depois de regressar dos Estados Unidos parei de competir algum tempo, e esta foi a minha primeira competição desde essa altura”, afirmou o atleta que terminou no 11.º lugar, com 59,23 metros, no lançamento do disco.
A estafeta masculina de 4×100 metros fechou a classificação geral no 9º lugar, tendo feito o quarto lugar na série B, cortando a meta em 39,15 segundos. O quarteto constituído por Carlos Nascimento, Gabriel Maia, Delvis Santos e André Prazeres, estava conformado com o resultado, “que rendeu alguns pontos para Portugal”, disse Carlos Nascimento, acrescentando “que queríamos dar mais. Sentimos que estamos bem, que valemos um recorde abaixo dos 39 segundos, mas ainda não foi aqui. Estamos contentes, mas não estamos satisfeitos”, concluiu.
Amanhã, há mais provas, sendo a derradeira jornada deste Campeonato da Europa de Equipas.
Fotos FPA / Sportmedia