Diário dos Mundiais – Pedro Pichardo sagrou-se campeão Mundial em Tóquio, igualando o feito de 2022 em Oregon. Português terminou com a marca de 17,91 metros, melhor marca mundial do ano!

“Sugoi”, palavra japonesa que faz parte do mote dos Mundiais “Every second, Sugoi”, e que quer dizer incrível. Pedro Pichardo, por sorteio, era quem abria o concurso e começou com um salto de 17,07 metros. Depois dele, talvez o seu maior opositor, o italiano campeão mundial de pista coberta, Andy Diaz Hernandez, que fez um salto nulo. Depois o cubano Lazaro Martinez saltou 17,16 m e estava visto outro candidato, tal como o argelino Yasser Triki (17,25 m).

Na segunda ronda, Pichardo já fez um salto ao seu nível e alcançou os 17,55 metros, marca que repetiu na terceira ronda, depois de ter visto Lázaro Martinez saltar 17,49 m. Na quarta ronda, ninguém melhorou e Pichardo saltou 17,36 m.
Na última ronda, o italiano Andrea Dalavalle saltou 17,64 m (recorde pessoal), começou a saborear o ouro, mas Pedro Pichardo, no último ensaio (depois de ter prescindido no quinto ensaio) saltou… 17,91 metros, melhor marca mundial do ano!
Com este resultado, Pichardo torna-se o primeiro bicampeão mundial da história do atletismo português e, iguala o feito de Jonathan Edwards (1995 e 2001), ficando ambos atrás de Christian Taylor, que soma quatro títulos (2011, 2015, 2017 e 2019).
Assim, nesta edição de 2025, Portugal iguala o feito de 1995, em Gotemburgo, quando Fernanda Ribeiro (10000 metros) e Manuela Machado (maratona) conquistaram duas medalhas de ouro.

No final da prova, Pichardo confessou que o triunfo foi arrancado “do coração. Abdiquei do quinto ensaio e em princípio iria abdicar do sexto ensaio. Logo que o italiano saltou, quando ouvi o barulho, levantei-me rápido e fui calçar os meus “bicos”. Ainda tinha energia, só que pensava que já estava ganho. Tenho de agradecer ao atleta da Itália, que foi ele que fez com que saísse aquele salto, foi ele que puxou por mim. Se não fosse ele teria ficado pelos 17,55 m».
Apesar do pouco tempo de treino, Pichardo «sabia que estava bem, não sabia que tinha tanta energia para saltar tão longe (mais uma vez acima dos 17,90 metros, é o atleta que mais vezes passou essa distância em todo o mundo). A preparação não tem sido muito boa. Tenho de agradecer ao meu pai por me ter dado essa energia».
«Não sabia que era o primeiro português a ganhar dois títulos mundiais. Não costumo reparar nisso nem fazer comparações. Fico contente por isso», referiu, sem abrir muito as ideias do futuro. «No ano passado, o meu pai e a minha mãe puxaram-me as orelhas para eu não me aposentar, por isso agradeço-lhes porque foram eles que fizeram com que ficasse mais esse ano. Por enquanto estamos aqui, mas os meus pais e a minha esposa serão fundamentais para a minha decisão», disse, aproveitando para agradecer ao pai, e treinador, que me fez ter essa energia. Tinha também uma lesão grave nas costas, uma fratura e um edema, o médico do Comité Olímpico, Doutor José Gomes, e o fisioterapeuta da FPA, Ricardo Paulino, foram incríveis e é graças a eles que estou aqui».
No final, agradeceu aos portugueses todo o apoio que foram transmitindo e a quem o viu a chegar ao título.
Mais portugueses amanhã
A jornada começa cedo, às 23h30 (de hoje, dia 19, hora portuguesa), com os 20 km marcha, com a presença de Vitória Oliveira.
Mais tarde (02h00) teremos três portuguesas na qualificação do lançamento do peso: Auriol Dongmo, Jessica Inchude, Eliana Bandeira. Passam à final (também amanhã às 11h54) as atletas que alcançarem os 19,20 metros ou as 12 primeiras. Pouco depois (02h35), Emanuel Sousa estreia uma presença portuguesa na qualificação do lançamento do disco. Para alcançar a final é necessário lançar 66,50 metros ou ficar nos 12 primeiros.
Na jornada da tarde, às 11h35, será a vez de outra estreia, a seleção masculina nos 4×400 metros.
Presidente da República felicita bicampeão mundial Pedro Pichardo
Tal como há dois dias, em nota publicada na página da Presidência da República, Sua Excelência, «o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa saúda vivamente Pedro Pichardo pelo notável triunfo e conquista da medalha de ouro do Triplo Salto, nos Campeonatos do Mundo de Atletismo que se realizam em Tóquio, no Japão, em mais uma enorme demonstração da sua dedicação e perseverança desportiva.
Num concurso repleto de emoção, o atleta nacional, com um memorável e extraordinário salto, “voou” para o lugar mais alto do pódio, tornando-se o primeiro português bicampeão mundial de atletismo, deixando o Presidente da República e todos os portugueses orgulhosos com a sua vitória».
(em atualização)
Fotos FPA / Sportmedia