Jornada positiva nos Europeus Sub-23 para as cores portuguesas • FPA

Emanuel Sousa (disco), Laura Taborda (3 000 metros obstáculos), Isaac Nader e Nuno Pereira (ambos em 1 500 metros) passam às finais

Depois dos bons desempenhos da manhã, a jornada da tarde do primeiro dia dos Campeonatos da Europa em Sub-23, que decorrem em Tallin (Estónia), sem as agruras da intempérie, ainda produziu melhores resultados.

Na primeira prova, os 3 000 metros obstáculos femininos, destaque para Laura Taborda, atleta que em Portugal representa o Sporting Clube de Portugal, que conseguiu o apuramento direto para a final ao ser quinta classificada com a marca de 10.06,42 minutos, um recorde pessoal para a atleta melhorado em mais de nove segundos (era de 10.15,72).

Na mesma distância, mas na série anterior, Bárbara Neiva, que representa a RunTejo e é orientada por Joaquim Neves, não foi além do 15º lugar com a marca de 10.39,51 minutos, longe do apuramento para a final.

Em balanço da sua corrida, Laura Taborda mostra-se “triste pelo resultado da Bárbara [Neiva], mas satisfeita com o desfecho da corrida. Sabia que tínhamos de ser mais rápidas e tentei controlar-me. Houve um momento em que me senti cansada, pensava que não conseguiria, mas depois consegui encontrar a força suficiente para obter a qualificação direta”. A estudar e treinar nos Estados Unidos, Laura Taborda refere que o facto de as competições lá “terem este nível, com pelotões mais densos, ajuda a estar aqui a competir ao mais alto nível, já que em Portugal são poucas atletas, normalmente”. A final dos 3 000 metros obstáculos está marcada para as 14h40 (hora portuguesa) de sábado (dia 10 de julho).

Logo depois, grande notícia para o setor de lançamentos, com Emanuel Sousa, que representa o Sport Lisboa e Benfica, a conseguir apurar-se para a final do lançamento do disco, sendo terceiro no grupo (sexto na geral), com a marca de 57,31 metros, obtida ao segundo dos três ensaios a que tinha direito. A final do lançamento do disco masculino está também marcada para sábado (dia 10) às 17h35.

Da Estónia, Emanuel Sousa admite que “o acesso à final já estava nos meus pensamentos há algum tempo. Esse era o objetivo. Foi com esse pensamento e essa motivação que fui para o círculo. O Tribuna [Carlos Tribuna, treinador de Leandro Ramos], já me tinha dito que um lançamento de 55 metros daria para chegar à final. Foi o que fiz logo no primeiro lançamento. Assim já poderia arriscar para fazer melhor, o que consegui, e até procurar o recorde pessoal. Foi nulo o terceiro lançamento, mas deu indicações de que estou num bom caminho. Agora, na final, será dar o melhor de mim, como procuro fazer em todas as competições”.

Momentos ainda mais altos chegavam pouco depois, nas corridas de 1 500 metros. Três séries que apuravam os quatro primeiros e os três mais rápidos para a final. Dois portugueses presentes. Na segunda série alinhava Nuno Pereira. O atleta do Sporting Clube de Portugal, treinado por Diogo Sousa, campeão europeu sub-20 em 2019, terminou na terceira posição com a marca de 3.45,15 minutos. Na última das três séries, Isaac Nader, do Sport Lisboa e Benfica, treinado por Rui Silva (que merece a honra de recordado nos destaques estatísticos nas biografias dos atletas), mostrou a sua capacidade, parecendo um “David contra Golias”, dando uma “sapatada” na última volta que deixou a concorrência a olhar. Isaac terminou em primeiro lugar, a pedir ao segundo para abrandar, em 3.44,27 minutos.

No final das corridas, Nader afirmou ter sido “uma boa corrida, que não precisava vencer, bastava ser quartos, mas vi-me ali a ultrapassar toda a gente e, no final, pedi aos atletas para abrandarem, pois já estávamos apurados para a final. Sendo a última série, poderiam correr mais rápido, para garantir os apuramentos, mas eu estou preparado para isso. Agora importa recuperar bem, até porque eu e o Nuno [Pereira] tivemos uma viagem atribulada, e na final de sábado [às 15h20] logo se vê”.

Já Nuno Pereira, realça que sentiu “uma responsabilidade acrescida, pela medalha em sub-20, mas a verdade é que esta época não foi perfeita, com alguns obstáculos pelo caminho. A corrida em si também foi atribulada, com muitos encontrões, mas no final acabei em terceiro, até com alguma facilidade. O apoio da nossa equipa a quem compete mostrou-se muito importante”.

Na última corrida da tarde, as meias-finais de 100 metros e a fórmula de apuramento para a final foram injustas para André Prazeres. O atleta que representa o Sport Lisboa e Benfica (treinado por João Abrantes) correu a segunda série em 10,36 segundos, recorde pessoal, mas foi quinto classificado. Só se apuravam os dois primeiros de cada série e os dois mais rápidos. André Prazeres fez melhor que os segundos classificados das primeira (10,45) e terceira séries (10,40), mas ficou fora da final. Ficou com o sexto tempo entre todos!

Mais discreta a presença de Luís Oliveira. O atleta do Clube de Campismo de São João da Madeira foi 18º nos 10 000 metros, com a marca de 31.08,24 minutos.