Isaac Nader medalhado em Tallinn

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10 Jul, 2021
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Medalha de bronze para o pupilo de Rui Silva nos 1 500 metros; quinto lugar na final de lançamento do disco para Emanuel Sousa

A primeira medalha portuguesa desde 2013 em Campeonatos da Europa Sub-23 foi obtida por Isaac Nader, nos 1 500 metros! Exatamente 22 anos depois do seu treinador ter obtido a medalha de ouro na mesma competição.

Em Tallinn (Estónia), a final de 1 500 metros era aguardada com grande expetativa, com a presença de Isaac Nader, líder anual português na distância, e Nuno Pereira, campeão europeu sub-20 em 800 metros, há dois anos. Os atletas portugueses estiveram sempre na corrida, respondendo sempre nas diferentes mudanças de ritmo, até à última volta, momento em que Nuno Pereira deixou de lutar no grupo da frente, ao invés de Isaac Nader, que tentou a sua jogada a 150 metros do fim, mas enfrentou dois atletas que “jogavam” as mesmas cartadas e que foram mais fortes. Ainda assim, Nader terminou em terceiro lugar, conquistando a sua primeira medalha internacional, bronze, com a marca de 3.40,58 minutos. Nuno Pereira cruzou a meta em 10º lugar, com 3.42,11 minutos.

No final da sua prova, Isaac Nader, estava contente, mas “respeitando o valor dos meus adversários, o meu sonho era mesmo vencer e ouvir o hino nacional. Infelizmente não consegui ganhar. Saio daqui com o terceiro lugar, que é bastante satisfatório visto que ainda não tinha nenhuma medalha internacional”.

Dedicando a medalha ao treinador, Rui Silva, à família e a quem com ele trabalha mais diretamente, Isaac Nader dedica-a especialmente à memória do avô “que gostaria de me ter visto obter a minha primeira medalha internacional”.
Olhando já para a frente, “porque acredito muito no meu treinador”, espero que esta seja apenas a primeira de muitas medalhas. Acredito que tenho um futuro brilhante pela frente, para isso trabalho afincadamente e, quem sabe, no próximo ano já possa estar em finais dos mundiais ao ar livre ou na pista coberta. Espero estar a lutar pelos recordes de Portugal dos 800 e 1 500 metros nos próximos.

Noutra final do dia, chegou uma posição de finalista. Emanuel Sousa foi quinto classificado no lançamento do disco, com a marca de 57,72 metros conseguida ao último ensaio, quando tentava tudo para chegar ao pódio. Uma das suas duas melhores marcas deste ano dava para chegar à medalha.

Não ter chegado ao pódio não afetou Emanuel Sousa. “É uma sensação de enorme alegria, pois há seis meses não tinha condições de treinar, estava lesionado. Por isso, ter conseguido chegar aqui e ter estado na final foi experiência muito boa. Foi uma prestação que tenho treinado e procurado há muito tempo e este é o meu nível. Tenho é que trabalhar mais para conseguir chegar a mais finais”, referiu o atleta.

À beira de ser finalista (oito primeiros) esteve Carlos Pitra. Presente na final do salto com vara depois de ter passado 5,20 metros na qualificação, o desafio para Pitra era alto, já que o concurso começava a 5,05 metros e depois subia para 5,20 e 5,30. A primeira altura foi passada na primeira tentativa, a segunda à terceira. Ainda houve força e talento para passar 5,30 à segunda tentativa, um recorde pessoal que o leva para oitavo de sempre (quinto sub-23).

No final, o atleta treinado por Pedro Pinto mostrava-se satisfeito “com o recorde pessoal, conseguido numa prova com este nível. Adversários muito fortes, mas não me assustei. Fui resiliente e persistente e consegui esse objetivo”, referiu o atleta que ainda no ano passado tinha como melhor marca 4,95 metros. «Adoro este ambiente de competição ao mais alto nível”, disse o atleta. “há muito que desejava estar a este nível, saltar nestes palcos e isso ajudou-me e refletiu-se no resultado alcançado”.

A prova de 5 000 metros teve duas finais, a A e a B, com os três primeiros da primeira final a terem de assistir à outra em três “hot sits”, três cadeiras de espera. Os portugueses, devido aos seus recordes pessoais, ficaram colocados na final B, que foi a menos rápida das duas. O melhor dos portugueses foi Rogério Amaral, que foi sétimo classificado (19º na geral) na sua final com a marca de 14.23,29 minutos. Depois chegaram Ruben Amaral, 10º com 14.27,96 (22º na geral), e Alexandre Figueiredo, 12º com 14.45,09 (25º no total).

Noutra final, os 3 000 metros obstáculos femininos, a portuguesa Laura Taborda, que na meia final conseguira um recorde pessoal, terminou em 21º lugar, com a marca de 10.23,39 minutos.

Transversal às duas jornadas de hoje, o decatlo fechou o primeiro dia com os atletas portugueses Edgar Campré e Manuel Dias nos 13º e 14º lugares da classificação geral, respetivamente. Edgar Campré, que tem a melhor marca portuguesa do ano nesta categoria, fechou a primeira jornada com um total de 3900 pontos, menos 14 pontos que o seu recorde pessoal obtido em maio deste ano.

O atleta que representa o Sport Lisboa e Benfica e é treinado por Ana Oliveira abriu com recorde pessoal nos 100 metros (10,85 segundos), mas quebrou depois no salto em comprimento e no lançamento do peso. Não esteve mal no salto em altura e melhorou o recorde pessoal nos 400 metros. Vejamos os seus parciais de hoje: 100 m – 10,85 segundos; comprimento – 7,09 metros; peso – 12,06 metros; altura – 1,87 metros; 400 metros – 48,74 segundos. No final, Campré resumiu o primeiro com “um bom começo, seguido de falhas técnicas que não me deixaram fazer melhor, mas no final já estava de novo a sentir-me bem”

Quando a Manuel Dias, termina a primeira jornada com recordes pessoais nos 100 metros (11.08 segundos) e no peso (12,74 metros), mas também tem de se queixar de uma menor produção no salto em comprimento. Ainda assim, segue com nove pontos acima do seu melhor de sempre (soma 3829 pontos). O atleta do União Futebol Comércio e Indústria de Tomar e que é treinado por Tiago Madureira fez os seguintes parciais: 11,08 – 7,13 – 12,74 – 1,84 – 49,68. Para Manuel Dias, “o cansaço notou-se nestes 400 metros. Mas tanto eu como o Edgar estamos na luta para conseguir o melhor de nós e temos de superar todas as condições, mesmo este calor”.

Entretanto, a jornada da manhã foi “madastra” para os velocistas portugueses. Logo na primeira meia final dos 200 metros, Delvis Santos foi desclassificado por falsa partida, enquanto André Prazeres foi 8º na segunda meia final, com a marca de 21,83 segundos (v: -2,6 m/s).

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