A 58.ª edição feminina dos Campeonatos Nacionais de Corta-Mato realiza-se no próximo domingo, a partir das 9 horas, em Guimarães, num circuito desenhado no Parque do Desporto, com chegada à Pista Municipal Gémeos Castro.
A inclusão das provas femininas nos Campeonatos Nacionais de Corta-Mato deu-se em 1967, na prova realizada em Lisboa, a primeira em que a competição decorreu conjuntamente. Depois, em várias ocasiões, os nacionais femininos realizaram-se separados dos masculinos, passando a organizar-se conjuntamente, a partir de 1995.
Tal como na competição masculina, os primeiros clubes a destacarem-se foram o Sport Lisboa e Benfica e o Sporting Clube de Portugal, mas tudo se alterou em 1976, altura em que as fundistas portuguesas eram originárias do Porto e por isso Futebol Clube da Foz (três títulos) e Futebol Clube do Porto (quatro títulos) dominaram a competição até 1983, ano em que a hegemonia do corta-mato se mudou mais para norte, com o Sporting Clube de Braga a conquistar nove dos seus 12 títulos entre esse ano e 1992. Nessa época apenas perdeu para o Benfica em 1990. Em 1993 surgiu o Maratona, primeiro como Clube da Maia, depois como Clube de Portugal, que conquistou 20 triunfos em 21 edições, baqueando apenas em 1999 para o Sporting de Braga conquistar o seu 10.º título.
Com a suspensão da equipa feminina do Maratona, em 2014 voltaram aos triunfos os clubes de Lisboa, com o Sporting a conquistar seis dos seus nove títulos e o Benfica a fechar os seus oito títulos. Nas duas últimas edições registe-se o regresso do Sporting de Braga aos triunfos.
Rosa Mota a mais titulada
Em termos individuais, a atleta mais titulada é Rosa Mota, que somou oito títulos, entre 1975 e 1985, sendo ela a grande figura dos anos 70, a par de Aurora Cunha, que entre 1979 e 1986 conquistou quatro títulos, tantos quantos a primeira campeã nacional, Manuela Simões, que venceu as quatro primeiras edições do corta-mato feminino.
No final dos anos 80 e princípio dos anos 90, duas minhotas dominaram a prova: Conceição Ferreira, que venceu quatro vezes, e Albertina Machado, triunfal em duas ocasiões.
Contudo, entre 1992 e 1995, uma atleta atingiu enorme projeção no corta-mato. A portuense Albertina Dias venceu apenas três vezes os nacionais, mas brilhou internacionalmente nos Campeonatos Mundiais de corta-mato subindo três vezes ao pódio conquistando uma medalha de ouro, outra de prata e uma outra de bronze.
Depois dela surgiu Fernanda Ribeiro, que já se destacara nos escalões mais jovens, e em 1996 conquistou o primeiro dos seus quatro títulos consecutivos, conquistando ainda mais um em 2003, intercalada pelos três títulos consecutivos de Carla Sacramento.
Já neste século surgiu outro grande nome do corta-mato nacional, a vimaranense Dulce Félix, que conquistou seis títulos consecutivos entre 2010 e 2015, voltando a triunfar em 2019. Um ícone do corta-mato que sucedera a Anália Rosa (dois triunfos) e Jessica Augusto, que conquistou quatro títulos, sendo que venceu três vezes entre 2006 e 2009, e voltou a vencer em 2017 (pelo meio sagrou-se campeã da Europa de corta-mato). Salomé Rocha (dois triunfos) e Catarina Ribeiro (um título) conquistaram durante o final do “reinado” de Dulce Félix, e nas três últimas edições, fulgurante, surgiu outra minhota: Mariana Machado. Filha de Albertina Machado, a jovem bracarense já conquistou três títulos consecutivos (ultrapassando mesmo o pecúlio da sua mãe).
Mais informações sobre Campeonatos Nacionais de Corta-Mato na página oficial da competição.
Foto arquivo (DR)
Amanhã: a competição de domingo em antevisão