Jessica Inchude sexta no Mundial de Pista Curta em Nanjing

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21 Mar, 2025
2025 World Athletics Indoor Championships | 21-23 March 2025 | Nanjing (CN), Nanjing Cube | Photo: Sportmedia

Na única final do dia com portuguesas, o lançamento do peso, as duas portuguesas, Jessica Inchude e Auriol Dongmo, terminaram no sexto e oitavo lugares da final nos Campeonatos Mundiais de Pista Curta, que decorrem em Nanjing (China) até ao próximo domingo. Salomé Afonso e Isaac Nader seguem para as finais dos 1500 metros.

Após os seis lançamentos, Jessica Inchude terminou no sexto lugar, com 18,78 metros, enquanto Auriol Dongmo fechou nos lugares de finalista, em oitavo, com a marca de 18,54. Subiram ao pódio, a canadiana Sarah Mitton (20,48), que revalidou o título mundial, a neerlandesa Jessica Schilder (20,07), campeã europeia, há duas semanas, e a norte-americana Chase Jackson (20,06).

No final da prova, Jessica Inchude, que em duas semanas foi quarta classificada nos Europeus de Apeldoorn, foi medalha de ouro na Taça da Europa de Lançamentos no Chipre (sábado passado) e agora foi sexta no Mundial (terceira europeia), não abandona a ideia de algum cansaço. “Também senti cansaço, mas não foi a razão de não estar tão contente. Gosto de fazer competições assim, até reajo bem, mas não estava assim tão bem. No início ainda sentia muita energia, mas houve muitas paragens durante a competição, houve alguma desconcentração e não foi possível fazer melhor”, referiu Jessica, que não fez a marca que pretendia.

“Estava a ser regular, mas não saiu. Ao quarto lançamento, percebi que seria muito perto das marcas anteriores, mas como a outra atleta me tinha passado por um centímetro, pensei que pudesse ter melhorado mais um ou dois centímetros. Demorou muito tempo a sair a marca”.

Jessica confessa ter atingido um dos seus objetivos, “ficar entre as seis primeiras”, mas admite que não alcançou o outro, “uma marca acima dos 19 metros. Esta é uma das minhas melhores marcas, mas já não fico satisfeita com estes resultados. Quero sempre lançar acima dos 19 metros”, finaliza, apontando baterias para a época de ar livre, que tem como pontos altos o Campeonato da Europa de Nações, em Madrid, em junho, e os Mundiais de Ar livre, no Japão, a finalizar.
Ao seu lado, Auriol Dongmo estava resignada. “Claro que tecnicamente não estava nos meus dias, depois senti algum cansaço, não tinha energia suficiente, vi logo no aquecimento que o meu pé não estava a dar, estava muito pesado. Não foi o meu dia”, referiu Auriol.
Antes, Salomé Afonso abrira a jornada da tarde dos Mundiais de Pista Curta em Nanjing (China) com o apuramento para a final dos 1500 metros. Era a primeira portuguesa a entrar em ação e na última das três meias-finais arrancou o apuramento no sprint final em plena reta da meta.

Era a mais difícil das três meias-finais, aquela em que as atletas mais rápidas e com melhor colocação poderiam estar na final e Salomé Afonso estava lá. Embora na quarta posição, à entrada da meta, a portuguesa surgiu determinada e terminou no terceiro lugar, com a marca de 4m13s39”, atrás da etíope Diribe WELTEJI (4.12,25) e da norte-americana Heather McLean (4.13,26).

No final, Salomé afirmou que as “sensações não foram nada boas, há sempre essa dúvida com as alterações do fuso horário, etc., nunca se sabe bem quais são as sensações, no aquecimento nunca me senti bem, mas parti com a determinação de ‘tu és capaz, já provaste que és boa’. A minha série não era propriamente fácil, havia seis atletas em nove que poderiam lutar pelo apuramento, tentei ficar nas três primeiras, na última volta estava em quarto e era mesmo o que pensava, tinha de ir atrás da canadiana para poder ser feliz”, referiu.

Para a final, que se realiza no próximo domingo, às 20h28 (12h28 em Lisboa), Salomé Afonso, não tem propriamente expetativas. “Há uma semana, se me perguntassem, ‘é certo que vais ao Campeonato do Mundo?’, eu não tinha bem a certeza. Apeldoorn deixou-me um pouco desgastada, mas há esse ponto de competitividade, que acho que tenho muito presente em mim, de sentir que me falta algo esta época, uma marca, que acho que pode acontecer no domingo, pois sinto que a prova será rápida”, concluiu.

Pouco depois foi a vez de Isaac Nader. Também colocado na série mais forte, o recordista português conseguiu o apuramento direto (passavam os dois primeiros classificados de cada uma das quatro meias-finais e o melhor tempo seguinte), terminando em segundo lugar, com a marca de 4m02s75”, atrás do espanhol Mariano Garcia (4.02,68).

Confrontado com a realidade da série mais difícil, Isaac foi mordaz. “Lá está, tive de dar ao pé, na minha opinião, aquilo que a World Athletics fez não faz sentido nenhum, meteram muita gente forte na última série, atletas até 3m37s, nenhum convidado, não desrespeito ninguém, mas aconteceu assim. Graças a Deus tenho uma marca que me permite passar, mas acho que não é justo para mim e para os meus adversários de série estarmos todos aqui. Por exemplo a série do Jakob Ingebrigtsen só tinha dois cabeças de série e era mais acessível para eles”, afirmou, criticando a gestão da World Athletics.

Para a final, é recuperar, “tendo em conta a série e tendo em conta que é um mundial, tinha um bocadinho mais de nervos que na prova do Europeu, mas agora é recuperar o melhor possível, felizmente temos um dia de descanso, e é diferente do Europeu, mas se fosse amanhã também estaria preparado”, concluiu. A final será no próximo domingo, às 20h15 (12h15 em Lisboa).

Patrícia Silva e Abdel Larrinaga no segundo dia

A jornada de amanhã tem a participação de dois portugueses. Primeiro, Abdel-Kader Larrinaga, que tem a primeira ronda dos 60 metros barreiras às 10h25 (2h25 em Lisboa). Estará na primeira série e passam às meias-finais os quatro primeiros de cada série e os quatro melhores tempos seguintes.

Depois, Patrícia Silva estará na primeira meia-final dos 800 metros, às 12h05 (4h05 de Lisboa).

Fotos FPA / Sportmedia

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