Diário de Munique’22 – Ana Cabecinha em oitavo lugar sofrido

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20 Ago, 2022
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Munique (ALE), 20 de agosto – Ana Cabecinha, com um oitavo lugar, conseguiu a melhor classificação entre os marchadores portugueses que hoje competiram nos 20 km marcha dos Campeonatos Europeus de Atletismo.

A atleta algarvia esteve sempre na frente do pelotão na prova de 20 km marcha, mostrando estar em bom plano e na luta pelos lugares cimeiros, nas últimas voltas perdeu algum do ritmo que vinha desenvolvendo, devido às faltas que lhe foram sendo mostradas e, quando estava na luta para entrar nas cinco primeiras, na entrada para a última volta foi obrigada a parar no “pit line” (zona de penalização), por dois minutos, devido a excesso de faltas. Ficaram por terra as aspirações de conseguir a melhor classificação de sempre. Ainda assim, a portuguesa voltou ao circuito, mesmo tendo perdido todo o ritmo e ainda encontrou ânimo e forças para lutar por um lugar de finalista, o que conseguiu.

No final, terminou na oitava posição, com a marca de 1h31m56s (isto com dois minutos de penalização). Para a atleta, esta paragem “Foi um autêntico murro no estômago. Tenho mais de 20 anos de carreira e muitas competições internacionais e pela primeira vez tive de ir para para o “pit line”, à entrada para a última volta”, referiu a atleta, quando se via a forma como algumas outras atletas estavam também a marchar. “É injusto e sinto uma revolta muito grande. Naquele momento estava ainda com muita força e vontade de “apanhar” a ucraniana que vinha em quinto. Infelizmente fica o sabor amargo de parar dois minutos, mas faz parte, são as regras e temos de aceitar”, apontou.

O ‘regresso’ à competição e ao ritmo não é fácil. “Não, não é fácil regressar, naqueles minutos no ‘pit line’ pensei em não continuar, nada naquele momento fazia sentido, mas pensei é o nosso país e continue e ainda conseguiu encontrar forças e ânimo para apanhar mais duas atletas para ficar nas oito primeiras. Consegui e igualei o resultado de 2018”, concluiu, visivelmente emocionada.

Mais duas portuguesas estavam em competição, Joana Pontes, que aos 6 km já acumulara faltas suficientes que a levaram à desqualificação, e Carolina Costa, 14ª classificada, com 1h35m46s, um recorde pessoal.

A portuguesa cedo ficou sozinha, sem um grupo onde pudesse conseguir ter uma referência de ritmo, fazendo a prova em contra-relógio. No final, o recorde pessoal deixou-a satisfeita com o seu desempenho nos europeus, cerca de um mês depois de ter participado nos mundiais.

Na prova dos 20 km masculinos, logo à partida a baixa de João Vieira, que se lesionou no ísquio-tibeal, levando o departamento médico a desaconselhar a sua participação, restando a presença portuguesa aos atletas Hélder Santos, que foi 21º (1h28m43s), e Paulo Martins, que foi 25º classificado (1h31m09s).

“Foi uma prova complicada, treino para fazer melhor, mas a partir dos 10 km foi difícil manter o ritmo”, disse Helder Santos, enquanto Paulo Martins confessou ter seguido num grupo que tinha muitas mudanças de ritmo, e acabou por quebrar. “Quando vamos em grupo e estamos bem é uma coisa, quando não estamos tão bem é mais difícil seguir com eles e eu errei em ter tentado ir. Mas sou jovem e aprendi a lição”, concluiu.

As provas continuam na tarde de hoje, com a presença de Olímpia Barbosa na terceira eliminatória da primeira ronda dos nos 100 metros barreiras.

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