Mais uma manhã de apuramentos portugueses nos Campeonatos Europeus em Pista Coberta, que estão a decorrer em Istambul (Turquia), com destaque para Evelise Veiga, apurada para a final do comprimento, bem seguida pelos apuramentos para as meias-finais de Carlos Nascimento (60 metros) e Abdel Larrinaga (60 metros barreiras).
Foi um concurso de muitos nervos, o do salto em comprimento. Também foi aquele em que mais atletas conseguiram a marca de qualificação direta (seis), deixando muito difícil essa qualificação entre as oito primeiras. Evelise Veiga sabia que teria de estar ao seu melhor. Abriu com 6,32 metros, e foram várias as atletas que conseguiram superá-la. Evelise melhorou ao segunda salto, para 6,40 m, mas ainda estava longe da qualificação. Até que veio o último salto e foi medido em 6,53 metros, o melhor resultado da época. Por um e dois centímetros ultrapassou atletas que estavam à sua frente e terminou no sétimo lugar. Uma final assegurada e, com este registo, Portugal já igualou a melhor prestação de frente com sete finalistas.
Na zona mista, Evelise Veiga chegou «cheia de alegria. É um descarregar de adrenalina. Quando comecei no atletismo, aos 16 anos, tomei como objetivo chegar às finais dos grandes palcos. Adoro competir, é a parte fácil para mim, o mais difícil é abstrair-me do que se passa à minha volta. Mas estou muito feliz porque felizmente consegui. Cá estou e sinto que este é o doce que está no todo de todo um trabalho de anos para atingir este patamar», refere a atleta.
«É um trabalho diário, para podermos chegar a estes momentos e dar o máximo. Apesar de ter feito o meu melhor deste ano, sinto que ainda tenho mais para dar. As qualificações são muito difíceis, pois temos três oportunidades para ter sucesso neste ponto. Foi assim que encarei o último salto. Tinha de ser eu. E é o que tenho de fazer na final. Focar-me em mim, no que tenho de fazer para saltar ainda mais», concluiu.
A começar, bem cedo, Carlos Nascimento correu nos 60 metros, logo na primeira eliminatória e terminou em 6,71 segundos, a dois centésimos do seu melhor desta época, na quarta posição, obtendo o apuramento direto para as meias-finais.
«Era esse o meu primeiro objetivo, passar diretamente à ronda seguinte, evitando os “hot seats” e as repescagens. Também era melhorar o meu melhor deste ano, acabei por ficar perto. Não foi bem a corrida que queria ter feito, mas foi a possível», referiu o atleta que afirma que «o nosso corpo não reage muito bem com competição tão cedo. Nos últimos dias eu e o meu treinador tentámos adaptar-nos a estes horários e à própria diferença horária a que estamos habituados. Todos estamos nas mesmas condições e a verdade é que os resultados na primeira ronda nunca são tão extraordinários», referiu o atleta. Na véspera, Nascimento ficou no quarto, a descontrair e a ver o desempenho «extraordinário dos meus compatriotas, num dia excelente, que não me lembro de termos tido, com dois ouros e finalistas». Para ele, «agora é necessário recuperar para as meias-finais que é outra corrida exigente e vemos o que conseguimos».
Outro apurado paras as meias-finais foi Abdel Larrinaga, nos 60 metros barreiras masculinos, com um quinto lugar, em 7,77 segundos, na primeira eliminatória. Não foi um apuramento direto e o português teve de esperar pela última eliminatória para saber se ficava apurado para as meias finais de amanhã. «Correr na primeira eliminatória e depois ter de ficar à espera deixa-nos mais nervosos. Porque não podemos fazer mais nada. Mas estou confiante de que posso seguir em frente», referiu o atleta ainda antes de saber o seu destino nestes campeonatos. Quanto à eliminatória «foi um bom começo», e para a meia-final «é dar t udo». E como melhorar? «Sendo mais agressivo. Sinto que só passei as barreiras, não fui agressivo a sair melhor. É o que tenho de fazer amanhã».
Nos 60 metros barreiras femininos, Olímpia Barbosa entrou na última das eliminatórias e correu em 8,21 segundos, terminando no sexto posto, ficando de fora do apuramento automático e da repescagem. «Estava à espera de superar-me. Tinha a noção de que seria muito difícil seguir em frente, teria de bater o recorde nacional ou perto, mas acreditei sempre que poderia conseguir. Agora é desligar um pouco do atletismo, fazer uma semana de descanso e depois regressar à rotina»
A fechar a sessão, as cerimónias dos pódios do triplo-salto e do lançamento do peso, com Pedro Pichardo e Auriol Dongmo a receberem as suas medalhas de ouro, ouvindo-se assim, por duas vezes, “A Portuguesa”.
As provas continuam na jornada vespertina, com meia-final dos 60 metros (Carlos Nascimento), às 15h45, seguindo-se a final do triplo-salto (Patrícia Mamona), às 16h50, e a final dos 1 500 metros femininos (Marta Pen), às 17h00. A final dos 60 metros masculinos fecha o programa às 17h55.