Mais um grande dia para Portugal nos Campeonatos Europeus em Pista Coberta, em Istambul, com a medalha de bronze de Patrícia Mamona, no triplo-salto, e o sexto lugar de Marta Pen Freitas, nos 1 500 metros.
Foto de Alex Livesey | European Athletics via Getty Images
Uma final muito aguardada, a do triplo-salto feminino. Mesmo em termos da European Athletics, porque, por diversas circunstâncias, Patrícia Mamona era a primeira triplista a defender o título europeu. Patrícia não começou mal, com um salto a 14,16 metros, viu depois a turca Tuğba Danismaz fazer o salto da sua vida, colocar-se em primeiro lugar. Não foi consequência disso, mas a portuguesa nunca conseguiu melhorar. Ainda viu a italiana Dariya Derkach ultrapassá-la (14,20 m) e fechou o concurso no terceiro lugar. A única medalha de pódio que lhe faltava, pois foi vice-campeã em 2017 e campeã em 2021.
No final da prova, Patrícia admitiu não estar na melhor das condições. «Fiquei um pouco lesionada na qualificação, ainda estive a trabalhar com o fisioterapeuta para tentar recuperar, senti que ainda podia estar a lutar pelas medalhas, mas com a clara noção de que teria de ser logo nos primeiros saltos. Não deu o que queria, não estava ali a acertar com a tábua, mas fico satisfeita e muito orgulhosa com a minha medalha de bronze», referiu, dando os parabéns à sua adversária turca, «porque ela fez um bom salto e os turcos também mereciam essa alegria».
Esta foi uma época atípica para a recordista de Portugal. «Lesionei-me logo após o estágio. Estive muito tempo parada, recomeçámos para poder competir nos nacionais de clubes, depois os Campeonatos de Portugal também correram bem e resolvemos que estaríamos em condições de competir. Hoje não foi o meu dia», afirmou, notando que «a vida de atleta é mesmo assim. Umas vezes estamos lá em cima, outras temos um momento baixo. O importante é focarmos no regresso para voltarmos a ter momentos altos», concluiu, reforçando que agora o importante é recuperar bem para reiniciar os treinos para a temporada de verão.
E chegou a hora da final dos 1 500 metros, com Marta Pen Freitas na primeira final da sua carreira. Desde 2011 que Portugal não tinha uma finalista na distância. Numa prova rápida, a portuguesa acabou em sexto lugar, com a sua melhor marca da época (4m07m95”). A viver o seu sonho, «todos os dias vivo o meu sonho, o atletismo. Neste momento estou contente por ter chegado à final, fazer o melhor da temporada, mas ainda estou aqui a pensar se perdi ou não uma oportunidade de medalha, que é o objetivo do meu sonho. Talvez daqui a uns minutos eu consiga estar aqui a celebrar o meu sexto lugar», referiu.
«Para estar a lutar pelo pódio eu necessitava estar melhor colocada. Andei ali um pouco a perder o contato e a recolar e não estava bem colocada para as decisões. Tenho de estar satisfeita pela minha prestação, segundos europeus, primeira final, um sexto lugar e a melhor marca do ano. Especialmente se pensar que nem estava para competir, pois estive muito doente em dezembro. Decidimos competir e fiz seis corridas em três semanas, senti-me um pouco cansada», concluiu.
Antes, Carlos Nascimento correu nas meias-finais dos 60 metros, alinhou na terceira e última, terminando no sétimo lugar com a marca de 6,71 segundos, igualando o que fizera de manhã nas eliminatórias.
Os resultados da primeira meia-final estabeleceram logo as marcas de repescagem para a final e isso parece ter condicionado os concorrentes. «Como participei na última, deu para ver as outras e perceber que correr ao nível do meu recorde pessoal não chegava, contudo eu sabia que tinha de tentar dar o máximo», referiu, desapontado com a corrida feita. «Saio daqui sem perceber o que correu mal na minha corrida. Fiquei numa pista de fora, sem duas referências, mas acabei a minha participação sem mostrar exatamente o que valho, sem o resultado que o meu trabalho deveria refletir», afirmou no final.
Estes Campeonatos Europeus terminam amanhã, domingo, com apenas dois portugueses em competição. Às 07h43 (10h43 em Istambul), Abdel-Kader Larrinaga alinha na pista dois da segunda meia-final dos 60 m barreiras, onde tentará um dos quatro primeiros lugares que dão acesso à final, que se realizará depois às 18h05.
Durante a segunda jornada, de tarde, portanto, às 16h50 terá lugar a final do salto em comprimento, com a presença de Evelise Veiga.