Ana Cabecinha subiu hoje ao pódio individual da prova de 20 km o terminar na terceira posição do Europeu de Seleções em marcha atlética, prova que decorre em Podebrady (Chéquia).
A recordista nacional fez uma excelente prova! Andou sempre no grupo da frente e, na fase final, soube resistir, de forma solitária, ao forte ataque que a grega Antigoni Ntrismpioti (campeã europeia em título de 20 e 35 km) moveu nos últimos quilómetros, para se isolar e terminar vencedora da prova de 20 km em 1h29m17s). Apenas a italiana Antonella Palmisano conseguiu resistir ao ritmo, mesmo assim terminou a prova dois segundos depois da grega.
Mais para trás, Cabecinha não se deixava abater e conseguiu terminar em terceiro lugar, com a sua melhor marca do ano (1:29.35), a segunda em que baixa de 1h30 e ficou a 15 segundos da qualificação direta para os Mundiais de Budapeste.
No final da prova, nas entrevistas rápidas, a atleta do Clube Oriental de Pechão, admitiu que “não esperava terminar com este resultado, subir ao pódio, mas desfrutei ao máximo da competição. Esta é a minha última presença nesta Taça da Europa [Campeonato Europeu de Seleções] e estou muito satisfeita por terminar assim, com o terceiro lugar, em Podebrady”. Questionada com este tipo de declaração, de despedida, Cabecinha afasta as “nuvens”: “Não, ainda não me vou despedir este ano, espero ainda chegar a Paris 2024”.
Já em mensagem gravada a partir de Podebrady, enquanto aguardava pelo “doping”, Ana lá foi dizendo que a prova foi “boa para mim, o ritmo que não foi demasiado intenso logo de início, o que me permitiu estar no grupo da frente durante mais tempo, cumprindo com o objetivo que eu e o meu treinador traçámos”. Chegar ao pódio, não estava nos seus objetivos iniciais e apenas acreditou nisso a “duas voltas do fim, quando vi a ucraniana perto e senti que poderia então chegar ao terceiro lugar”.
Ana Cabecinha cumpriu assim duas provas de 20 km em três semanas abaixo de 1h30. “Confesso que não esperava esse tipo de resultado em Rio Maior, foi uma surpresa, mas aqui sim, tínhamos isso em mente. Este tipo de resultados deixa-me muito mais motivada para preparar melhor o Campeonato do Mundo, especialmente porque fiquei muito perto da qualificação direta para os Mundiais e para os Jogos Olímpicos. Agora é continuar a trabalhar para apostar muito num bom resultado no Mundial”, disse-nos a atleta, que, depois, em declarações à European Athletics, manifestou “satisfação e motivação por praticar um desporto diferente, que trouxe muitos amigos e uma confraternização impecável”.
Quanto às restantes portuguesas, Vitória Oliveira fechou na 19ª posição (1:34.41), Carolina Costa (1:35.59, melhor marca do ano) fechou em 24º lugar e Inês Mendes (1:37.49) terminou no lugar imediato.
Coletivamente (ainda provisório), triunfo da Itália, com 21 pontos, à frente da Ucrânia (25) e da França (37). A Espanha foi quarta (40) e Portugal fechou na sexta posição (46), com os mesmos pontos da Grécia.
Inês Henriques em sexto lugar, João Vieira em 10º
Antes, ainda na nossa madrugada, Inês Henriques terminou os 35 km obtendo um excelente sexto lugar, com a marca de 2h53m14s, o seu melhor registo do ano, numa prova marcada pela espanhola Maria Pérez que venceu, embalada por um ritmo que a levou a bater o recorde mundial: 2:37.15.
Mais tarde, na prova de 20 km marcha, o veterano João Vieira voltou a estar em grande plano, terminando no 10º lugar (aos 47 anos!), com a melhor marca da temporada (1:22.08), numa prova em que o italiano Francesco Fortunato conquistou o triunfo, coma marca de 1:18.59 (melhor europeu do ano). Outro português, Rui Coelho, foi 36º, com 1:32.09.