Este fim-de-semana (29 e 30 de julho), a pista de atletismo do Estádio 1º de Maio, em Braga, acolhe os Campeonatos de Portugal, a prova individual mais importante do calendário nacional. Depois de ter recebido parte dos atletas nos Campeonatos de 2020 (realizados em várias pistas, devido à pandemia), Braga volta a receber uma organização completa dos Campeonatos de Portugal, a 108ª edição, algo que só tinha acontecido em 1992!
Nesse ano, os Campeonatos estrearam a pista sintética de Braga, que só ficou pronta para a competição (a parte de apetrechamento, que demorou toda a noite) às 7 horas da manhã do dia da primeira jornada!
Nestes Campeonatos, em masculinos, destacaram-se especialmente dois nomes, que viriam a ser recordistas nacionais. No salto com vara, Nuno Fernandes, então no CIPA, saltou 5,45 metros e (pasme-se!) conseguiu os “mínimos” para os Jogos Olímpicos de Barcelona (o que esta disciplina progrediu! Agora a qualificação para os Mundiais é de 5,81 m); e no lançamento do martelo, o ainda júnior Vitor Costa (então num clube francês) triunfou com a marca de 65,14, com a marca de 65,14 metros, a escassos 22 centímetros do recorde de Portugal que então pertencia a Carlos Sustelo.
Em femininos, o destaque foi para a prova de 100 m barreiras, com quatro atletas a melhorarem os seus recordes pessoais, salientando-se a barreirista Sandra Barreiro, então no Sporting, que igualou o recorde de Portugal com a marca de 13,83 segundos.
Houve muitos despiques acentuados nessa edição e alguns atletas “bisaram” títulos, como Luís Cunha (100 e 200 m), Fernando Alves (peso e disco) e Teresa Machado (peso e disco).
Agora, 31 anos depois, a competição regressa a Braga e, para além do significado que tem como a competição individual mais importante do calendário nacional, tem ainda o acréscimo de ser uma última oportunidade valiosa para os atletas que pretendem competir nos Campeonatos do Mundo que se realizam no próximo mês em Budapeste. É que esta é uma prova com bónus de pontuação para essa competição.
Em femininos, os despiques na velocidade entre Arialis Gandulla (que está entre a quota de participação) e Lorene Bazolo poderão projetar uma das atletas ou ambas para poderem receber convites de participação e até mesmo nos 400 metros, com Cátia Azevedo (dentro da quota) a poder defrontar as jovens que vão despontando na disciplina.
No meio-fundo curto, nos 800 metros prevê-se também uma grande corrida, com Patrícia Silva em observação, ela que está perto da quota; tal como nos 1500 metros, com Marta Pen Freitas e Salomé Afonso (ambas na quota da WA), a poderem melhorar os seus registos.
Nos saltos, novos nomes surgirão no lugar mais alto do pódio, já que Patrícia Mamona (por lesão) e Evelise Veiga (a competir nas Universíadas, tal como a meio-fundista Mariana Machado e lançadora Eliana Bandeira) deixam esse caminho aberto, e nos lançamentos será a oportunidade de ver todas as nossas líderes (Auriol Dongmo – já com marca de qualificação – e Jéssica Inchude, no peso, Liliana Cá – também já com marca de qualificação – e Irina Rodrigues, no disco, Mariana Pestana, no martelo, e Cláudia Ferreira, no dardo) em atuação.
Na marcha estarão presentes Inês Henriques (que tem marca de qualificação nos 35 km), Ana Cabecinha e Vitória Oliveira (ambas dentro das quotas da WA).
Nas provas masculinas, será oportunidade para ver o recordista de títulos de Portugal, o marchador João Vieira; para o meio-fundista Isaac Nader – que já tem marca de qualificação para os Mundiais -; e para os saltadores Pedro Pichardo (campeão olímpico e que tem wild card para os Mundiais), Tiago Luís Pereira (dentro da quota dos Mundiais), no triplo-salto; e o vice-campeão olímpico Juan Miguel Echevarria, no salto em comprimento, a par dos portugueses Ivo Tavares, André Pimenta e Pedro Pires.
Oportunidades ainda para Pedro Buaró, no salto com vara, e para os lançamentos, com o habitual despique entre Francisco Belo e Tsanko Arnaudov, no peso; Emanuel Sousa e Edujose Lima, no disco, enquanto no martelo se registam as ausências de Décio Andrade (a par de João Coelho, 400 m, e Nuno Pereira, 800 m), que estará nas Universíadas.
No lançamento do dardo, poderemos assistir ao melhor concurso de sempre na disciplina, com o recordista nacional Leandro Ramos a defrontar os também jovens Ilírio Nazaré e João Fernandes a lançarem a mais de 70 metros (em 1992, o lançamento do dardo foi destaque com dois lançadores na casa dos 66 metros, João Reis e Carlos Cunha).
Esta será também a oportunidade para ver localmente alguns dos atletas que recentemente conquistaram medalhas nos Campeonatos do Mundo WPA, nomeadamente Carina Paim, nos 400 metros, Miguel Monteiro, no lançamento do peso, e Sandro Baessa, nos 400 metros.
Como é habitual, as inscrições e resultados estão disponíveis na plataforma FPA Competições e a transmissão (por streaming) do evento estará disponível no canal Youtube da FPA, com as provas a começarem amanhã, dia 29, às 15 horas e no domingo, dia 30, também às 15 horas.
Programa horário e historial na página da FPA. As listagens dos melhores atletas do ano estão nas páginas de Estatística da Federação Portuguesa de Atletismo.