Paris’2024: Pedro Pichardo voou para a prata

FPA Geral Notícias Paris 2024

9 Ago, 2024
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Diário de Paris: Pedro Pichardo conseguiu alcançar a sua segunda medalha olímpica, agora a de prata, igualando o feito de Carlos Lopes. No Stade de France, nos Jogos Olímpicos de Paris’2024, o atletismo chegou à sua 13ª medalha. Jessica Inchude foi oitava (diploma olímpico) no lançamento do peso.

Depois de um dia nublado eis que a jornada da tarde do atletismo dos Jogos Olímpicos de Paris’2024 abriu com chuva. A pista molhada não estava particularmente famosa para o triplo-salto, mas os duelos esperados entre os grandes favoritos estavam prontos a produzir-se. Pedro Pichardo começou bem, com 17,79 metros, melhorou depois para 17,84 metros, mas, entretanto, já Jordan Díaz Fortun saltara 17,86 metros e ficara na frente. O italiano Andy Diaz Hernandez fechava o pódio na terceira posição. Pichardo ainda fez um nulo, depois 17,52 metros, prescindiu no quinto ensaio e no último salto conseguiu 17,81 metros, marca que o deixou no segundo lugar, vice-campeão olímpico, de novo atrás (agora por dois centímetros) do espanhol Jordan Diaz Fortun. Andy Diaz ainda conseguiu 17,64 metros e fechou o pódio.

Chegado à zona mista, Pedro Pichardo afirma que “foi um ouro perdido. Perdi por dois centímetros, nos primeiros saltos estava a saltar a 20 centímetros da tábua, bastava só acertar na tábua e acho que ganhava. Infelizmente, neste tipo de competição não se podem cometer erros e eu cometi vários, no final paguei por isso e perdi a medalha de ouro”, referiu o vice-campeão olímpico que se torna o segundo português a conquistar duas medalhas olímpicas, igualando Carlos Lopes. Fernanda Ribeiro e Rosa Mota também têm duas medalhas, mas são de ouro e de bronze.

“Obviamente custa muito perder assim. Tenho vindo a trabalhar desde os Europeus, prometi a mim mesmo que ia trabalhar muito, para mostrar o meu nível e que era o melhor atleta no triplo-salto, infelizmente não aconteceu, mas é a vida. Não se podem cometer erros. Que tipo de erros? Como disse antes, por exemplo, o mais importante foi não acertar na tábua. O primeiro salto foi de 17,84 metros, se tivesse acertado na tábua, mesmo que fosse cinco centímetros teria dado para vencer”.

Ficou na retina prescindir do quinto ensaio quando estava na luta pelo ouro. “Prescindi do quinto salto porque senti uma ligeira dor no tornozelo, no quarto salto, entre o step e o jump, acho que apoiei mal o pé. Decidimos então apostar tudo no último salto e acreditei que conseguia, bastava acertar na tábua, dizia o treinador. E eu fui em busca disso, mas não deu para o que queria. Como disse, fiz uma boa preparação para esta competição, os treinos estavam bons, mas hoje não deu. Não vou procurar desculpas, porque não saiu”, informou.

Agora, para o futuro, Pichardo ainda não tem nada definido. “Por mim fechava aqui”, referiu-se à época e também à carreira, porém admitiu ter “prometido à mãe acabar em 2028. Têm sido tempos complicados, com algumas coisas para resolver, o meu pai tem-me dito para pensar primeiro”, referiu o atleta que até tem “vaga” na final da Liga Diamante, que já venceu duas vezes.

Jessica Inchude oitava no lançamento do peso

A chuva que caiu no início da sessão dificultou bastante a final do lançamento do peso e provocou “mossa” no acesso aos três ensaios finais, especialmente a norte-americana Raven Saunders, vice-campeã olímpica, e a canadiana Sarah Mitton, líder das listas anuais!

Embora também fosse afetada, Jessica Inchude abriu bem com 18,16 metros, depois melhorou para 18,41 metros e fez nulo no terceiro ensaio. Estava em oitavo e conseguiu assim o acesso aos últimos três ensaios. No quarto ensaio lançou a 18,32 metros, mais dois nulos, mas o oitavo lugar já não lhe fugiu! Nesta fase até a campeã olímpica se foi abaixo, fora do pódio, que ficou para a alemã Yemisi Ogunleye (20,00 metros no último ensaio para chegar a campeã olímpica), seguida da neozelandesa Maddison-Lee Wesche (19,86 m) e para a chinesa Jiayuan Song (19,32 m).

“Não foi muito fácil, o piso era mesmo muito escorregadio, normalmente quem faz deslizamento consegue adaptar-se, mas não estava muito fácil”, referiu a atleta que conseguiu chegar às oito primeiras para os três últimos ensaios. “parou de chover e eu estava mesmo com muita vontade de lançar. Depois de ter atingido essa classificação e depois de ter conseguido os 18,41 metros comecei a querer muito mais e com isso comecei a precipitar-me bastante nos lançamentos. Sei que conseguia fazer mais. Na próxima vez tenho de ter mais calma, respirar fundo e lançar muito”. Com o feito conseguido hoje, a atleta quer “preparar-se ainda mais, para estar melhor colocada e lutar por outros lugares nas próximas oportunidades”, concluiu a atleta portuguesa que regressa com um diploma olímpico.

Fotos: Pedro Pichardo, por Francisco Paraíso COP; Jessica Inchude, por Hugo Delgado LUSA COP

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