Diário de Paris: Uma maratona olímpica é sempre uma prova especial. Pelo seu envolvimento, pela tradição, por todo o misticismo. Em Paris, nesta edição dos Jogos Olímpicos, a prova foi um pouco mais dura do que o habitual, mas o português Samuel Barata conseguiu terminar a prova em 2h13m23s (melhor marca da época).
Samuel Barata fez uma “prova equilibrada”, pegando nas suas palavras. Passou em 1h06m10s à meia-maratona, correndo a segunda metade em 1h07m13s. No final, a sua marca de 2:13.23 é o segundo tempo mais rápido de um português numa maratona olímpica, apenas Carlos Lopes, há 40 anos, correu mais rápido 2:09.81, para conquistar o ouro. Curiosamente uma marca que hoje daria a 17ª posição na classificação, já que na tabela de resultados, no final, o campeão olímpico, o etíope Tamirat Tola, correu em 2:06.26, seguido do belga Bashir Abdi (2:06.47) e do queniano Benson Kipruto (2:07.00).
No final, na zona mista, ainda a recuperar, Samuel Barata referiu então ter feito uma “prova equilibrada, um pouco conservadora”, referiu, adiantando que a “a marca não é má, só que o nível está muito alto. A classificação não foi nada especial, o objetivo era ficar no top-30 ou 40. O facto de ser muito conservador no início paguei um bocado. Devia ter arriscado para ser mais rápido, para ficar cerca de 10 15 lugares na frente. Tinha medo de arriscar demais e poder não acabar”.
Ainda assim, o português admitiu estar “contente, sou atleta olímpico, quero regressar, tenho quatro anos para trabalhar, o nível está muito elevado, já não se ganha com 2h10 ou 2h11, tinha de estar a correr ao nível do meu recorde pessoal, até melhor para conseguir ultrapassar o percurso duro e o calor”.
Para já, no imediato, a ideia é recuperar bem e “uma maratona ainda este ano depende muito da recuperação desta prova”.