Apeldoorn, nos Países Baixos, está a receber os participantes para os Campeonatos Europeus de Pista Coberta, entre os quais duas dezenas de portugueses, que já amanhã, primeiro dia de competição, entram em ação na pista do Omnisport Apeeldorn, um multiusos, com pista de ciclismo e de atletismo.
Depois de vários meses de preparação, o Omnisport ainda está em grande azáfama. São muitas as pequenas ações a fazer para dar as melhores condições aos atletas e para a cobertura da competição. Em dia de treino oficial com o juíz de partidas, a seleção portuguesa esteve toda no local de competição, conhecendo o “terreno” onde os objetivos se concentram.
No primeiro dia de competição poderemos acompanhar seis atletas portugueses, quatro nas provas de 1500 metros (Patrícia Silva e Salomé Afonso, Isaac Nader e Nuno Pereira), um no salto em comprimento (Gerson Baldé) e um nos 60 metros barreiras (Abdel-Kader Larrinaga). Os cinco primeiros pretendem chegar às finais respetivas, o último pretende seguir em frente, para as meias-finais.
Embora separados no horário competitivo, Salomé Afonso e Isaac Nader, partilham um sentimento comum e um treinador comum. Antes da competição, conversámos com ambos, que já têm alguma experiência nestas competições.
Isaac Nader, que em 2021 correu 1500 e 3000 metros, e que em 2023 apenas apostou nos 1500 metros, apresenta-se nos seus terceiros Europeus com outra bagagem e um quarto lugar nos mundiais do ano passado e não foge ao facto de se pensar que é um dos atletas apontados aos primeiros lugares. “As pessoas esperam o que esperam. Já o disse em várias ocasiões similares, até no ano passado, quando partimos para estas competições com a terceira marca, temos de ser candidatos, embora não desrespeitando os que estão em quarto, quinto ou sexto nas listas. Eles estão muito perto e são muito bons. Mas eu tenho um objetivo e um sonho e deixo essa pressão para trás. Temos a família, o treinador, as namoradas, seja quem for, a apoiar esse sonho e a acreditar nele conosco, empurrando-nos para sermos melhores, criando essa pressão extra, mas cada um lida como isso à sua maneira. Eu já sou um bocadinho experiente e consigo controlar melhor essa pressão. Quanto à prova, o ano passado era o segundo do ano, mas fiquei em quarto lugar, este ano espero corresponder à lista de inscritos”, afirma Nader confirmando estar melhor preparado este ano, “tenho menos dois segundos que o meu recorde do ano passado, isso dá-me mais confiança, recentemente bati o recorde nacional dos 800 metros, e embora isso não signifique nada especial, indica que estou bem, no bom caminho, mostrando que estou mais rápido”.
Quanto a Salomé Afonso, que no ano passado baixou dos quatro minutos aos 1500 metros, e que este ano melhorou o recorde pessoal na mesma distância, mas em pista coberta, “esse facto dá confiança, até porque no ano passado os treinos indicavam que poderia baixar dos quatro minutos. Na competição não conseguia replicar isso antes dos Jogos, mas com o nosso treinador Enrique Pascual], o que me dá mais confiança, é observar que chego aos melhores momentos de forma nas grandes competições. Isso deixa-me aliviada sabendo que tenho o treinador ao meu lado. Este ano optámos por maior volume e agora sinto-me mais resistente e rápida”. Nesse âmbito, Salomé acha que as “provas serão muito imprevisíveis e não sabemos bem o que esperar”, refere, afirmando, convictamente, que está “preparada”, para qualquer tipo de corrida.
Ainda no final, uma pergunta se impunha, se a aposta é mais em europeus ou mundiais, ao que ambos respondem que em termos de forma física ela não desaparece em duas semanas e ambos esperam obter bons resultados em ambas as competições.
Salomé Afonso e Patrícia Silva entram em ação a partir das 19h10 (hora local, menos uma hora em Lisboa) e Isaac Nader e Nuno Pereira estarão na pista a partir das 19h55 (18h55 em Lisboa). Em ambas as provas, com três meias-finais, apuram-se para as finais os três primeiros classificados em cada uma das corridas.
Os portugueses continuam em ação a partir das 20h30, na qualificação do salto em comprimento, com Gerson Baldé, que tem a quinta marca entre os inscritos. Passam à final os atletas que saltarem oito metros e depois os que os seguem até ao lote de oito finalistas.
Neste primeiro dia, a participação portuguesa fecha com Abdel-Kader Larrinaga, nos 60 metros barreiras (a partir das 21h17, 20h17 em Lisboa). O português estará numa das quatro eliminatórias, seguindo em frente os três primeiros classificados e os quatro melhores tempos seguintes.
Em termos de informação, para além da nossa página oficial e das redes sociais, centrada na presença portuguesa, poderá seguir os Campeonatos na página da European Athletics.
Quanto a transmissão televisiva, ela será assegurada pela RTP, em território nacional, enquanto os portugueses em todo o mundo poderão seguir as provas com língua portuguesa através do canal próprio da EBU (com ligação à RTP).
Fotos: de Glasgow (arquivo) FPA / Sportmedia; clip retirado de video da entrevista (disponível no canal Youtube da FPA)