A Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), representada pelo seu Presidente, Domingos Castro, foi hoje convidado a participar no evento ION, que teve lugar na Herdade do Vale Feitoso, no concelho de Idanha-a-Nova, subordinado ao tema “Portugal no Mundo: Diplomacia, Desporto e Turismo como Vetores de Influência Global”.
Na sua intervenção, Domingos Castro abordou diversos tópicos de grande relevância para o setor, destacando, entre outros, o sistema de licenciamento no atletismo. O presidente da FPA esclareceu que “a Federação Portuguesa de Atletismo pretende credenciar os organizadores de eventos, homologar as provas e continuar a aumentar o número de atletas filiados.”
Relativamente às receitas provenientes das licenças, Domingos Castro foi perentório ao afirmar: “Todas as receitas serão integralmente investidas nos clubes que apostem na formação de atletas. Deste modo, a FPA canalizará estes recursos para as Associações, que, por sua vez, os farão chegar aos clubes que promovam e desenvolvam a formação desportiva.”
O presidente da FPA sublinhou ainda que “todos aqueles que desejem participar em provas populares ou de cariz solidário são bem-vindos, sendo a Federação solidária com estas iniciativas.”
Por fim, Domingos Castro expressou o seu contentamento pelo crescimento significativo do número de filiados, registando-se atualmente cerca de 26 000 inscrições, o que representa um aumento de 3000 atletas apenas nos últimos seis meses.
Relativamente ao seu percurso pessoal e profissional até à atualidade, Domingos Castro, atleta que representou Portugal em quatro edições dos Jogos Olímpicos — Seul, Barcelona, Atlanta e Sydney — vice-campeão mundial e europeu, partilhou que a sua ligação ao atletismo teve início aos 15 anos, praticando a modalidade às escondidas dos pais. Desde muito jovem, conciliou o desporto com o trabalho como ajudante de pedreiro, tendo-se iniciado nas provas populares.
Posteriormente, foi descoberto pelo Professor Moniz Pereira, ingressando então no Sporting Clube de Portugal, onde teve a oportunidade de treinar ao lado do seu irmão Dionísio Castro e de conviver e competir com atletas de excelência, como Carlos Lopes, Fernando Mamede, entre outros ilustres colegas.
Agora, na qualidade de Presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, o objetivo principal, afirmou, “é o de proporcionar as melhores condições para todos os atletas, desde as camadas jovens ao alto rendimento”. Neste contexto, lembrou o projeto em curso, uma das bandeiras da sua candidatura à Presidência da FPA, que é a Casa das Seleções, a construir na Marinha Grande, “um complexo com todas as condições para o Alto Rendimento, criando as melhores condições para que Portugal ganhe mais medalhas”.
O presidente da Federação Portuguesa de Atletismo comentou ainda a realização do Campeonato da Europa de Corta-Mato, em Lagoa, no Algarve, no próximo dia 14 de dezembro de 2025. Destacou a importância deste evento para o atletismo nacional e europeu, sublinhando o forte empenho da Federação na organização e promoção desta prestigiada competição. Salientou ainda o papel fundamental do voluntariado para o sucesso do campeonato, apelando à participação ativa da comunidade local e de todos os amantes do desporto, de forma a garantir o êxito de um evento de grande dimensão e relevância para Portugal e para o atletismo europeu.
No contexto do turismo em Portugal, Domingos Castro referiu: “O desporto assume um papel de destaque enquanto motor de desenvolvimento económico e social. O investimento realizado neste setor traduz-se num retorno económico expressivo, impulsionado não só pelo número crescente de praticantes, mas também pela capacidade de atrair visitantes nacionais e estrangeiros.” E concluiu: “A realização destes eventos desportivos gera impactos positivos em múltiplos setores da economia, nomeadamente na hotelaria, restauração, comércio local e transportes, promovendo o desenvolvimento das regiões onde decorrem. Além disso, a presença de atletas e acompanhantes provenientes de diferentes geografias potencia o intercâmbio cultural e a divulgação do património nacional.”