Pedro Pichardo e Francisco Belo apuraram-se para as finais do triplo salto e lançamento do peso, respetivamente, triunfando na qualificação.
A primeira prova da manhã, para os portugueses, tem fortes tradições, e Pedro Pichardo entrou na competição disposto a marcar perfeitamente a sua presença. Foi o primeiro a saltar e marcou logo 17,03 metros, garantindo a qualificação para a final. Apenas mais dois atletas conseguiram a qualificação direta: o alemão Max Hess, com 16,86, e Alexis Copello (Azerbaijão), com 16,84.
Parco em palavras, Pichardo adiantou que «era minha intenção abordar a qualificação logo no primeiro salto, como aconteceu». Ainda mostrou o seu agrado pela pista, «gosto muito sentimo-nos bem». Agora o português enfrenta a final, no próximo domingo (às 9h53), e o seu objetivo «É o de todos que estão aqui, triunfar».
Mais tarde, na qualificação do lançamento do peso, Francisco Belo iniciou o concurso com 18,62 metros, e no segundo ensaio melhorou para 20,17m, garantindo um lugar na final. E depois surgiu o último ensaio, que até estava para não acontecer, com um recorde pessoal, pela primeira vez acima dos 21 metros: 21,04, a seis centímetros da qualificação direta para os Jogos Olímpicos.
«No último cheguei a pensar em não lançar, porque estava garantida a qualificação. O Paulo Reis [Técnico Nacional de Lançamentos] estava lá, virei-me para ele e disse que ia lançar, para mexer as pernas e dar-me mais motivação para a final da tarde. A verdade é que juntar o à-vontade de estar qualificado, com a vontade de lançar o mais longe possível deu na queda do recorde pessoal…», afirmou o atleta satisfeito, complementando que entrara na pista «para lançar o mais longe possível e conseguir acesso à final. Mas não é uma coisa garantida, não posso controlar o que os outros lançam, se lançassem mais eu ficava de fora». E agora, «é continuar, cada vez que se passa um objetivo, há outro a alcançar», concluiu o atleta que vai descansar para a final de logo à tarde, às 19h35.
Nas restantes provas, a primeira ronda de 400 metros foi aziaga para as cores portuguesas. Na série 5, o recordista nacional, Ricardo dos Santos, terminou em 48,06 segundos, sem alcançar a meia-final. «Não entrei bem na corrida e não deu para mais. Estou desiludido», afirmou o atleta, que ainda adiantou ter começado «bem, mas não sei o que aconteceu, fui quebrando e no fim não deu para mais. Hoje não foi o meu dia. Estava à espera de muito mais da minha prestação», concluiu.
Logo na série seguinte, mais rápida, Mauro Pereira aproveitou o “comboio” e terminou em 47,69, bem perto do seu recorde pessoal, mas sem progressão nos Campeonatos.
Para o atleta a prova correu «como esperava. Queria ter batido o recorde pessoal, mas não foi mau, para primeira experiência foi muito bom», referiu. «Estar aqui ajuda a continuar a trabalhar para estar nestes palcos mais vezes e com resultados cada vez melhores. Temos um ano importante pela frente, com a Super Liga e se os quatrocentistas estiverem bem temos a estafeta de 4×400 e até a estafeta mista para podermos alcançar bons resultados»,
Na mesma distância, em femininos, Cátia Azevedo partiu muito bem e terminou a corrida em 53,28 segundos, a 18 centésimos do seu recorde pessoal em pista coberta.
«Como disse antes, esta foi uma época muito conturbada, com quarentenas, muitos obstáculos. Mas vinha com expetativa de correr na casa dos 52 segundos, o que poderia ajudar a seguir em frente. Mas não foi possível.
Cometi um erro ao tentar ultrapassar muito cedo e ganhar a pista um, mas agora é seguir em frente, pois na próxima semana temos o nacional de clubes, e depois temos de preparar os Jogos Olímpicos.
A última prova do programa matinal, os 1500 metros, traziam à competição Marta Pen Freitas, que correu a última das meias-finais, terminando com a marca de 4.12,95 minutos, insuficiente para alcançar a final.
«Não foi muito bom. Antes dos campeonatos, por causa do Covid, a minha equipa entendeu fazer uma abordagem diferente, com menos competições, menos viagens, para tentar estar num ambiente de treino seguro. Estou muito desiludida, pois estou na melhor forma de sempre, todos os indicadores o apontavam, mas efetivamente senti aqui que me falta o ritmo competitivo. Eu preciso de várias provas para entrar bem nos Campeonatos. Este não era o objetivo principal, que está centrado nos Jogos Olímpicos, mas era uma excelente oportunidade para ter competição forte e servir de avaliação para o futuro», afirmou a atleta, que não escolheu a viagem longa desde os Estados Unidos e a diferença horário como desculpa. «Tinha expetativas mais altas para esta minha presença. Mas não aconteceu», concluiu.