Não foi dia de Portugal nos World Athletics Relays. A equipa mista de 4×400 metros foi sexta na sua série, a estafeta de 4×100 metros foi desqualificada. Valeu a experiência de 2x2x400 metros
Portugal tinha objetivos bem definidos nesta participação na Silesia, Polónia: o apuramento para os Jogos Olímpicos, ou pelo menos melhorar a classificação nos World Rankings, e conseguir também a qualificação para os Mundiais de Oregon 2022. Mas o destino não estava para aí virado.
Na estafeta de 4×100 metros, uma má transmissão levou à desqualificação do quarteto português composto por André Prazeres, Diogo Antunes, Frederico Curvelo e Delvis Santos. Ainda se viu o registo de 40,20 segundos (que seria a melhor marca da época), mas depois chegou a decisão dos juízes: desqualificação.
Diogo Antunes, elemento mais experiente da equipa, referiu na zona mista que «o coletivo está um pouco desapontado. Acreditávamos que era possível a qualificação para a final, que daria para os Jogos Olímpicos. O problema que tivemos na transmissão ditou o resultado final, mas nós temos mais oportunidades e continuamos com o sonho presente», adiantando ainda que, como elemento que esteve nos World Relays em 2015, «as ambições são as mesmas, agora com uma equipa mais jovem, mas igualmente empenhada».
Para Delvis Santos, um dos jovens da equipa, «o objetivo desta competição não foi atingido, mas saímos daqui com uma experiência que nos levará a melhorar e a crescer como equipa para os objetivos que ainda temos para esta época».
Ainda os portugueses estavam na zona mista e já a equipa Dorothé Évora e João Coelho cumpriam a estafeta mais singular da competição: os 2x2x400 metros. Dorothé fez o primeiro e o quarto percurso, João Coelho o segundo e o quarto. No final, ambos registaram a marca de 3.51,69 minutos, que se estreia como melhor marca nacional nesta disciplina. Ainda houve um “susto” com uma desqualificação da equipa, que depois foi retificada por não haver razão. Portugal terminou em quinto lugar, ainda à frente da formação da Eslováquia.
No final da prova, apenas João Coelho esteve na zona mista, pois Dorothé demorou um pouco mais a recuperar, e o português afirmou que «para estreia acabou por ser uma boa prova. Não treinámos especificamente para fazermos assim duas provas de 400 metros, mas estivemos aqui a representar Portugal da melhor forma que conseguimos, com muito gosto», adiantando ainda que «a estratégia da prova passava por não começarmos muito rápido, para nos precavermos dos momentos finais, um pouco ao contrário que é habitual para mim e para a Dorothé, que começamos sempre mito rápido».
Finalmente, na última participação, a estafeta mista de 4×400 metros, em que Portugal tem uma boa classificação mundial, a série em que o quarteto português foi incluído, muito forte e equilibrada, mostrou bem o que valem as formações. Começando com Vera Barbosa, a recordista dos 400 metros barreiras, o testemunho passava depois por Ricardo dos Santos, Cátia Azevedo e terminava em Mauro Pereira. Apesar de boas transmissões, o tempo final dos portugueses foi de 3.21,51 minutos, a pouco menos de dois segundos da melhor marca nacional de sempre na distância, classificando-se em sexto lugar na série (segundo melhor resultado da equipa portuguesa).
Assim, fora da final, Cátia Azevedo falou pelo quarteto, assumindo que queiram «chegar à final, para assegurar a qualificação olímpica, estávamos bem preparados, calhámos numa série muito forte, mas nada acaba aqui».
Ricardo dos Santos adiantou ainda que «queríamos mesmo fazer um bom resultado, mas não foi mesmo o nosso dia. Sentimos frio, mas era para todos, a verdade é que não estivemos ao nosso melhor nível. Faltou-nos uma pontinha de sorte».
A participação portuguesa continua ainda hoje com a participação na estafeta de 4×200 metros (que será uma final direta) às 19.13 horas, em Portugal.
Foto de arquivo (foto de Marcelino Almeida / FPA)