A manhã começou com emoção na Taça da Europa de Lançamentos, que está a decorrer este fim-de-semana, em Leiria. 15 participações nesta competição, três Jogos Olímpicos, cinco mundiais e três Campeonatos da Europa depois, Vânia Silva, atleta de Leiria treinada por Paulo Reis, 21 vezes campeã nacional e recordista de Portugal do lançamento do martelo, que começou a sua carreira há 30 anos e representou a Juventude Vidigalense até ir para o Sporting Clube de Portugal, fez hoje, aos 42 anos, oficialmente, o seu último lançamento sob um mar de aplausos, que não deixou ninguém indiferente.
Mesmo num “turbilhão de emoções”, como confessou estar, na conferência de imprensa que antecedeu o programa competitivo da Taça da Europa, na sexta-feira, Vânia Silva lançou o engenho que a colocou para sempre na história do atletismo, a 58,67 metros, marca que a colocou na 13.ª posição do lançamento do martelo, numa prova ganha pela britânica Charlotte Payne, que alcançou os 68,89 metros.
Após a competição, foram muitos os que quiseram prestar homenagem à atleta, a começar pela Câmara Municipal de Leiria, representada pelo seu Vereador do Desporto, Carlos Palheira; a Federação Portuguesa de Atletismo, representada pelos vice-presidentes Luís Figueiredo e Rui Vieira; o clube onde tudo começou, o Juventude Vidigalense, representado pela sua presidente, Tânia Pinto; e terminando com o seu treinador de sempre, Paulo Reis, numa emotiva e bonita homenagem. Após a cerimónia oficial foram também muitos os amigos e familiares de Vânia Silva que a homenagearam com flores e pequenas lembranças.
No final, a atleta referiu que “foi uma carreira preenchida com altos e baixos, como é a carreira de uma atleta”, mas, acrescentou: “Claro que ficam os momentos muito bons, o primeiro dos quais foi ter conhecido o Paulo [Reis] e termos construído juntos uma carreira 5 estrelas”. “O mais importante foi os amigos que fiz e que partilharam todos os momentos comigo”, disse. Vânia Silva confessou ainda que, quando decidiu terminar a carreira, “o mais difícil foi dizer ao treinador”. “Mas ele compreendeu, claro, e aceitei a sua sugestão de terminar aqui, em casa, numa competição que me é muito querida”, referiu. “Deixo o martelo feminino, mas sei que a Mariana Pestana e a Marta Maketa, por exemplo, vão continuar. Têm de trabalhar com muito empenho e dedicação para conseguirem chegar ao mais alto nível”, disse Vânia Silva como mensagem para as mais jovens. Quanto ao futuro, a atleta, que é professora em Ponte de Sor, partilha: “Vou dedicar-me ao padel. Vou continuar a competir, mas em equipa [risos].”