Diário de Glasgow – Na véspera competitiva dos Mundiais

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29 Fev, 2024
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Portugal está presente nos Campeonatos Mundiais de Pista Curta, que se realizam em Glasgow de 1 a 3 de março. Entre sonhos e aspirações o moral da equipa está forte.

E isso ficou demonstrado na reunião da equipa em que estiveram presentes atletas e oficiais da deleção, onde esteve manifestado o orgulho e a confiança que Portugal e a Federação Portuguesa de Atletismo tem nos atletas que chegaram à mais importante competição mundial de atletismo na pista curta (antiga coberta). As aspirações e sonhos dos atletas são muitos e numa comitiva sem os “pesos” pesados já medalhados em competições anteriores a motivação é maior. E nem a baixa de última hora de Juliana Guerreiro (com uma pequena lesão) limita esses sentimentos.

A agitação já se nota em cada local da organização. Quer seja nos alojamentos dos atletas, nos transportes ou mesmo no local de competição, há um sentimento que define bem o que é estar num verdadeiro Campeonato Mundial de Pista Curta (nova designação para as pistas que também incluem as pistas cobertas).

Na véspera do início das competições, as equipas têm um horário em que lhes é possibilitado um treino na Arena, para habituação ao piso e ao ambiente e, no caso, com treino de partida de blocos com tiro.

Nesta manhã, todos os portugueses foram tomando o “pulso”, passe a expressão, à pista e aos seus contornos para perceber o que os espera. Para os mais experientes, esta é mais uma competição, com mais responsabilidade e maiores ambições. Para os estreantes é todo um mundo novo que os abraça e para o qual querem estar preparados. O seu comportamento nas estreias deixará uma experiência importantíssima para as suas carreiras.

Cátia Azevedo, uma das mais experientes da seleção, acaba por personalizar esse sentimento de conquista, pretendendo alcançar as meias-finais dos 400 metros, algo que nunca conseguiu, agora refoçado com o recorde de Portugal superado três vezes durante a época. “Mas esta é uma prova que evoluiu muito como o atesta o recorde mundial conseguido pela Femke Bol”, afirmou frisando que isso também as motiva a querer mais.

Portugal já tem 13 medalhas na competição

Esta será a 19ª edição dos Mundiais, uma vez que a primeira vez em que se realizaram, 1985, denominavam-se Jogos Mundiais de Pista Coberta e foram realizados em Paris. Portugal foi um dos 69 países presentes e ficou logo ligado à história da competição, vendo João Campos a conseguir arrebatar o título mundial nos 3000 metros.

Os Mundiais já passaram por 16 cidades, entre as quais Portugal, que recebeu a competição em Lisboa, no então recentemente inaugurado Pavilhão do Atlântico. Nessa edição Portugal conquistou duas das 13 medalhas já angariadas, por Rui Silva, campeão mundial dos 1500 metros (que também chegou à prata em Budapeste’2004), e Carlos Calado, medalha de bronze no salto em comprimento.

No historial da competição, Naide Gomes é a portuguesa com mais medalhas (quatro). Tem duas de ouro, no pentatlo (Budapeste’2004) e comprimento (Valência’2008), e duas de prata, no comprimento (Moscovo’2006) e (Doha’2010).

Nelson Évora conquistou duas medalhas de bronze no triplo-salto em dois mundiais: Valência’2008 e Birmingham’2018. Mais cinco atletas conquistaram medalhas por Portugal: Auriol Dongmo foi campeã no lançamento do peso (Belgrado’2022), a prata chegou por Carla Sacramento nos 1500 metros (Barcelona’1995) e Pedro Pichardo no triplo (Belgrado’2022) e o bronze por Mário Silva, nos 1500 metros (Sevilha’1991) e Fernanda Ribeiro nos 3000 metros (Paris’1997).

O primeiro dia de competição em 2024

Como é habitual nas grandes competições, existem acertos de horário nas provas e no primeiro dia, no que respeita aos portugueses, foram acertos mínimos. A primeira atleta a entrar em prova é Cátia Azevedo, às 10h20 (horal local, igual à de Portugal), logo na primeira série eliminatória, na pista quatro. A recordista de Portugal tem mais 23 concorrentes a chegar às meias-finais, apurando-se as duas primeiras de cada série e os quatro melhores tempos seguintes. As meias-finais da prova estão agendadas para a jornada da tarde, às 20h50.

Mais de meia-hora depois começam os 400 metros masculinos, com Omar Elkhatib integrado na terceira eliminatória (11h08), na pista quatro, ao lado do campeão mundial em título, Jeremy Richards (Trindade e Tobago). Pouco depois, é a vez de João Coelho entrar em ação. O recordista de Portugal alinhará na quarta e última eliminatória (11h16). O critério de progressão é igual ao feminino e as meias-finais estão marcadas para a jornada da tarde a partir das 21h10.

Um pouco antes de competirem os portugueses dos 400 metros masculinos, (11h06) começa a primeira final com portuguesas, a do lançamento do peso, que terá 17 atletas. Eliana Bandeira será a quarta a lançar e tem oito atletas com melhor registo pessoal de temporada, enquanto Jessica Inchude é a 12ª a entrar para o círculo, sabendo que tem seis atletas com melhor marca este ano.

E assim fecha a manhã com atletas portugueses.

À tarde, às 19h23, Salomé Afonso alinhará na terceira meia-final dos 1500 metros, tendo a quinta marca das participantes. Será uma qualificação difícil, pois tem quatro séries e passam à final as três primeiras.

O mesmo sucede com Isaac Nader, também nos 1500 metros, só que a prova do recordista nacional começará às 20h28. O português, que é o quinto do ano nos rankings mundiais, é o detentor da melhor marca nesta meia-final.

Três juízes portugueses

Contudo, Portugal não está presente nos Mundiais apenas com atletas. Na estrutura competitiva estão mais quatro portugueses: Raquel Nunes é mais uma vez a comissária dos fotógrafos e de imagem, enquanto no corpo de juízes teremos António Costa, no júri de apelo, Luís Figueiredo, starter, e Rui Loução, árbitros.

Na página da World Athletics encontrará toda a informação disponível sobre a competição. Diariamente daremos aqui, na página da Federação Portuguesa de Atletismo, informações sobre os atletas portugueses.

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