Diário de Munique’22 – 20 anos entre duas presenças

FPA Geral Munique'22 Notícias

13 Ago, 2022
Ines_Henriques_Oregon-22

Os Campeonatos Europeus de Atletismo regressam à Alemanha e à cidade de Munique. Depois da edição de 2018, em Berlim, um êxito para o atletismo europeu, a pandemia obrigou ao cancelamento dos campeonatos previstos para Paris (2020) e os atletas do Velho Continente apenas agora podem regressar à sua competição.

A edição de 2022 realiza-se em Munique, cidade que celebra os 50 anos desde a realização dos Jogos Olímpicos de 1972, competição que conheceu o atentado terrorista que ocorreu em 5 de setembro. Também celebra a realização dos Europeus de 2002, há 20 anos, portanto.

E embora 20 anos separem as duas edições há mais pontos em comum para os portugueses que a simples localização da prova. De facto, nessa prova em que Francis Obikwelu conquistou duas medalhas (de ouro, por desclassificação por doping, de Dwain Chambers, nos 100 metros e de prata nos 200 metros), outro atleta subiu ao pódio, Rui Silva, nos 1500 metros, com a medalha de bronze.

É por ele que começamos estas ligações. Rui Silva faz agora parte da estrutura da FPA e foi integrado como oficial da comitiva, sendo ainda treinador do maratonista Hermano Ferreira. Outro atleta que transitou para a equipa técnica é António Sousa, então integrante da equipa de maratona que conquistou a medalha de bronze na Taça da Europa. Também técnica é agora Vera Santos (treinadora de João Vieira), que competiu nos 20 km marcha.

Ainda atletas e que mantêm esse estatuto, temos João Vieira e Inês Henriques. Os dois marchadores aprestam-se para as suas sétima e sextas presenças, respetivamente. E não são mais pois os Europeus organizam-se de dois em dois anos desde 2012 (inclusive), sendo que as edições que se realizam em ano olímpico não tê provas de marcha nem de maratona (a partir de 2016 foi introduzida a prova de meia-maratona).

Há mais elementos a “repetirem” presença em Munique, como Paulo Reis (como treinador de Vânia Silva) ou Jorge Miguel (então treinador das marchadoras e marchadores de Rio Maior).

Com palmarés longo na competição, com subidas ao pódio, a seleção portuguesa apresenta cinco atletas, avultando desde logo a fundista Sara Moreira, campeã europeia em Amesterdão’2016, em meia-maratona, e medalha de prata em 5 000 metros em Barcelona’2010 e Helsínquia 2012. Depois outra campeã, Patrícia Mamona, no triplo-salto em Amesterdão’2016 e também vice-campeã em Helsínquia’2012, e uma outra, Inês Henriques, campeão de 50 km marcha em Berlim’2018. Mais dois medalhados na competição: João Vieira, prata nos 20 km marcha em Barcelona’2010 e bronze em Gotemburgo’2006; e Tsanko Arnaudov, medalha de bronze no lançamento do peso em Amesterdão’2016.

Mas se há gente experiente na seleção, por outro lado, os estreantes são 26, num total de 44 atletas inscritos.

Entre eles há a estreia de três disciplinas masculinas que nunca antes tinham conhecido representantes portugueses: o salto em altura, por Gerson Baldé, o lançamento do dardo, por Leandro Ramos, e ainda a estafeta de 4×400 metros, que tem cinco elementos à disposição (Ricardo dos Santos, João Coelho, Mauro Pereira, Ericsson Tavares e Bernardo Pereira.

Uma nota para o “regresso” do facto de dois irmãos voltarem a vestir a camisola portuguesa na mesma edição de europeus: a marchadora Vitória Oliveira e o maratonista Fábio Oliveira.

Mais informações (e histórico) da seleção portuguesa no artigo de apresentação da equipa.

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